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Dez maravilhas da natureza estão ameaçadas
Por Da AFP
05/04/2007 | 14:24
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Floresta Amazônica, geleiras do Himalaia, corais e tigre de Bengala, as mudanças climáticas ameaçam dez das regiões ou espécies consideradas como parte das maravilhas da natureza. A advertência foi dada nesta quinta-feira pelo WWF (Fundo Mundial para a Natureza).

"Das tartarugas aos tigres, do deserto de Chihuahua à grande Amazônia, todas estas maravilhas da natureza estão ameaçadas pela elevação das temperaturas, assim como as reservas de água doce do planeta", insistiu Lara Hansen, responsável científica do programa Clima do WWF. Ela apresentou o estudo em Bruxelas, onde o IPCC ( Painel Intergovernamental de Especialistas em Evolução Climática) divulgará nesta sexta-feira a segunda parte de seu relatório dedicado às conseqüências do fenômeno.

O WWF em um estudo publicado em Paris indicou que entre 30% e 60% da floresta amazônica, onde vivem 40 mil espécies de plantas e 427 de mamíferos, poderá se transformar em savana.

O bosque valdiviano, que abrange o Chile e a Argentina, onde cresce o larício, uma pequena árvore conífera de cor verde clara e que pode chegar a viver três mil anos, também está ameaçado.

O deserto de Chihuahua, entre Estados Unidos e México, habitat de cerca de 3,5 mil plantas diferentes (cáctus, yucas, etc) e de animais ameaçados (jaguar, muflão canadense, urso negro), é outro lugar em alerta.

A grande barreira de corais da Austrália pode ser extinta, pois com o aumento da temperatura se embranqueceria até a morte. E as tartarugas marinhas escamadas das costas sul-americanas e caribenhas também estão em perigo.

No Ártico, onde o aquecimento se produz com o dobro da velocidade da maior parte do planeta, os salmões do Alasca são os mais ameaçados. Na Ásia, os Sundarbans correm um grande risco. Trata-se da maior extensão do mundo de mangues, entre Índia e Bangladesh, com o famoso tigre de Bengala em seus limites.

Na China, o WWF cita a parte superior do rio Yang-Tsé, o mais longo rio do mundo e uma das duas únicas regiões nas quais vive o urso panda em estado selvagem.

No Himalaia, que abriga mais geleiras que qualquer outra zona da Terra à exceção dos pólos, o gelo pode se derreter a uma velocidade tal que as conseqüências seriam muito graves.

A fundação expressa sua preocupação com os bosques das costas orientais da África, do Quênia à Tanzânia e Moçambique.

"Não quero dizer que é tarde demais", ressalta Lara Hansen. "Mas do ponto de vista da conservação, se nós começarmos agora a administrar as mudanças climáticas, se continuarmos no caminho de um desenvolvimento desenfreado que já exerce uma pressão considerável sobre as reservas naturais, a natureza e a biodiversidade perderão a longo prazo."

"Temos uma grande parte da humanidade que tira seu sustento destas reservas", acrescentou: "é preciso começar a pensar a partir de agora no que fazer de melhor para que tudo isto coexista".




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