Mary Help aposentou o avental, Pepê não faz mais brincadeiras sem noção com a mulher, Mumu, e as celebridades estão órfãs de seu taxista preferido, já que Silas Simplesmente saiu de circulação. Desde o início do ano, quando deixou definitivamente a trupe da Terça Insana, o ator Marco Luque despiu-se quase que completamente dos personagens que o fizeram famoso no teatro e por tabela acabaram por render-lhe um espaço na bancada do CQC - Custe o que Custar, da Band. O teatro, porém, não está fora da rotina do paulistano, 35 anos, agora com um espetáculo no famoso estilo stand-up comedy, que chega nesta quarta-feira, às 21h, ao Teatro Municipal de Mauá.

"Esses personagens estão de férias por enquanto. Estou me dedicando a trabalhar nesse formato de humor, que nunca tinha experimentando no teatro", conta. No CQC, são especialistas em stand-up comedy o colega âncora Rafinha Bastos e os repórteres Danilo Gentili e Oscar Filho. "É outra história trabalhar sem caracterização, sem trilha sonora, sem personagem... Mas estou adorando poder amadurecer o espetáculo", diz ele, que passou pela região diversas vezes no ano passado com sua galeria de personagens no Terça Insana.

Todos os fins de semana deste mês Luque tem apresentado o espetáculo no Rio, além de testá-lo com públicos do Interior. Em São Paulo, a temporada deve ocorrer entre os meses de junho e julho.

Experimentação - Apesar da febre dos shows de humor mais simples - só o comediante, luz e microfone, nos moldes do que o personagem-título de Seinfeld tinha como profissão - Luque não acredita numa derrocada das comédias feitas nos moldes tradicionais. "De forma alguma. Basta ver o sucesso que a Terça Insana continua fazendo, assim como o Marcelo Médici em Cada um com Seus Pobrema. Para mim é uma manobra de experimentação mesmo", explica.

Dos tipos que criou e interpretou durante o período em que integrou o Terça Insana, hoje Luque só lida cotidianamente com um, considerado dos mais populares: Jackson Five, o motoboy que discorre sobre o cotidiano da Capital de maneira bastante peculiar. Por causa do motoqueiro, Luque atingiu uma terceira mídia: o rádio. Seus bordões podem ser ouvidos em quadros espalhados durante a programação da Mix FM.

Embora a fase seja outra, novos personagens cheios de detalhes continuam surgindo espontaneamente na mente afiada de Luque. "É meio impossível não pensar em outros. As situações acontecem e é instantâneo o personagem aparecer", afirma ele, que se espelha em humoristas como Chico Anysio, Marisa Orth, Eddie Murphy, Jim Carrey e no colega de bancada Rafinha Bastos.

Marco Luque - Stand Up Comedy. Teatro. Quinta-feira, às 21h. No Teatro Municipal de Mauá - Rua Gabriel Marques, 353. Tel.: 4555-0086 . Ingr.: R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada).