O primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, que lidera o governo de união nacional palestino, recebeu vários milhões de dólares de um doador saudita e parte desta soma chegou ao braço armado do Hamas. A denúncia foi feita por fontes de segurança israelense.

O porta-voz de Haniyeh, Ghazi Hamad, desmentiu, no entanto, a acusação, que considerou "falsa".

"Ele recebeu milhões de dólares de um doador saudita e a quantia de um milhão de dólares chegou às Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do movimento islâmico Hamas de Haniyeh”, indicou um alto responsável da segurança israelense que pediu anonimato.

"Ismail Haniyeh autorizou pessoalmente a transferência de um milhão de dólares a uma célula terrorista dois dias antes de o governo de união palestina ser juramentado, em 17 de março passado”, declarou outro responsável de segurança.

Ambos os responsáveis se referiam a um relatório da inteligência militar sobre o assunto.

Na edição desta semana da revista americana Time, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, afirma que Haniyeh é um "terrorista que atua como premier da Autoridade Palestina".

"Recentemente, Haniyeh transferiu um milhão de dólares ao grupo terrorista para cometer ações terroristas contra cidadãos israelenses", insistiu Olmert na entrevista, ao afirmar que o valor foi repassado às Brigadas Ezzedine al-Qassam. Porém, o porta-voz do chefe de Governo desmentiu as acusações.

"As acusações são falsas e fruto de uma história inventada por completo. O primeiro-ministro não recebe dinheiro da Arábia Saudita e ninguém transfere dinheiro a nenhuma facção", disse Hamad.

"Se trata de uma tentativa de prejudicar a imagem do governo e de uma provocação após seu êxito ante a comunidade internacional e árabe", acrescentou Hamad, em referência à criação do gabinete de união nacional com membros do Hamas e do partido Fatah.

O governo israelense se recusa a negociar com o novo Executivo por causa da presença do Hamas, considerado uma organização terrorista por Estados Unidos e União Européia.