Política Titulo Condenação
TRE rejeita campanha
de Teonílio Barba

Corte aponta falha insanável na prestação fiscal
do deputado estadual do PT de São Bernardo

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
02/05/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) rejeitou a prestação de contas de campanha do deputado estadual Teonílio Barba (PT), de São Bernardo, por movimentação financeira feita fora da conta bancária aberta pelo petista. Barba ainda pode recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A desembargadora Diva Malerbi, responsável pela análise da campanha de Barba por parte do TRE-SP, apontou que Barba cometeu “falha insanável” ao não registrar transferência de R$ 31.280,44. Esse recurso não transitou pela conta bancária, como determina a Lei Eleitoral, para que haja acompanhamento do dinheiro recebido e gasto na empreitada política.

A verba, considerou Diva Malerbi, pode ter vindo de doadores de campanha e empresas que prestaram serviço ao candidato, sem registrar a movimentação financeira em banco. O dinheiro teria transitado em gráficas, locadoras de veículo, empresas de publicidade e produtoras de vídeo.

Barba foi condenado a devolver o recurso apontado ao Tesouro Nacional, além de ser obrigado a pagar R$ 2.725 à direção do PT por sobra de campanha não depositada na conta do partido.

Eleito com 95.156 votos, Barba declarou à Justiça Eleitoral R$ 1.902.947,65 de receita. Despendeu R$ 2.086.312,09 – deficit de R$ 183.364.44.

Na prestação de contas, a maior cota de gastos com gráfica está registrada em nome da Simetal ABC Gráfica e Editora Ltda, empresa comandada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A entidade tem Barba como diretor.

O deputado estadual não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar a reprovação.

PETROBRAS
Barba está na mira de deputados de oposição integrantes da CPI da Petrobras por conta de participação na Editora Gráfica Atitude, empresa apontada pela PF (Polícia Federal) como ponte de lavagem de dinheiro desviado da petrolífera, em negociação capitaneada por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.

Como diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Barba foi indicado para ser um dos responsáveis pela empresa mantida pela entidade do Grande ABC e do Sindicato dos Bancários e Financiários do Estado de São Paulo – cujo maior expoente é o também deputado estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT).

Há duas semanas, a bancada do PPS na CPI da Petrobras protocolou requerimento de convocação de Barba, Marcolino e do secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), para detalhar sobre as atividades financeiras da editora. Tarcisio foi sócio da empresa até 2010, quando já havia registro de movimentação fiscal liderada por Vaccari dentro da Atitude.

O requerimento deve figurar na pauta da CPI da Petrobras na próxima semana. Outro nome da região que está prestes a ser intimado é o ex-prefeito de Diadema e atual secretário de Saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior (PT), tesoureiro da campanha de 2010 da presidente Dilma Rousseff (PT).




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