Política Titulo
Embate com secretária adia projeto sobre faltas

Episódio foi o primeiro problema de Saulo com a Câmara de Ribeirão

Por Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
27/03/2013 | 07:00
Compartilhar notícia


A sessão da Câmara em Ribeirão Pires foi marcada pelo primeiro embate entre os parlamentares e integrantes do governo Saulo Benevides (PMDB). A secretária de Segurança Pública, Sônia Garcia, entrou em dividida com os vereadores por conta de um projeto que pretende acabar com as faltas abonadas dos servidores públicos que trabalham em esquema de plantão.

Por lei, os funcionários públicos que têm contrato de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, ou 24 horas de trabalho por 48 horas de folga, possuem direito a seis faltas durante o ano, sem desconto na folha de pagamento.

O projeto de lei enviado pela Prefeitura pretende tirar esse benefício. Os agentes de trânsito, guardas-civis municipais e funcionários da Saúde serão os principais afetados pela medida.

A propositura foi protocolada no começo do mês passado, porém, foi adiada por cinco sessões por falta de consenso entre os pares. Ao retornar a ordem do dia prevista para ontem, os vereadores se reuniram antes dos trabalhos começarem para discutir um novo adiamento. Sônia entrou na sala de reuniões da Câmara e disse que os parlamentares "queriam furar o olho dos trabalhadores."

O discurso desagradou o presidente da Câmara, Edson Savietto, o Banha (PDT), que agora tenta a retirada do projeto. "Estamos discutindo a matéria ainda. Não admito secretária entrar na sala e falar que vamos prejudicar o trabalhador", esbravejou.

A Câmara mostrou-se contra a iniciativa de acabar com as faltas abonadas e por isso fez uma emenda que retira os agentes de trânsito e os GCMs do projeto. "Estamos preservando esses funcionários porque o salário deles é mais baixo do que de um médico, por exemplo. A gente quer uma integração com a administração, mas estamos vendo o projeto", sustentou a vereadora Mercedes D'Orto (PV), líder do governo na Câmara.

A parlamentar reiterou que o secretário de Saúde, Fernando Antonio Blandi, solicitou que o texto seja votado, pois tem enfrentado dificuldade na administração dos médicos. Segundo o titular do setor, os profissionais não comparecem aos postos de trabalho nos respectivos plantões. A Prefeitura defende que o projeto de lei amenizaria o problema.

Porém, alguns vereadores já deixaram claro o voto contrário. O parlamentar Renato Foresto (PT) declarou que ser a favor da proposta vai contra seus princípios. "Vim do movimento sindical e jamais posso votar a favor de um projeto que retira um direito do trabalhador. É um absurdo e vai contra minhas origens", alegou o petista.

 

CORRELIGIONÁRIO

A propositura conseguiu causar clima ruim até dentro do PMDB, partido que comanda o Paço. O vereador José Maria Adriano (PMDB) avaliou que a proposta da Prefeitura "é um crime". "As pessoas já ganham pouco e agora querem tirar essa bonificação? Esse prefeito que está aí não deveria nem ter entrado, se fosse para tirar benefício dos funcionários públicos", criticou o peemedebista.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;