Os últimos dias de 2012 dão o prenúncio de que a oposição ao prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), começa o ano novo rachada. Embora PSDB e PPS tenham se unido na eleição municipal, com a chapa formada pelo candidato a prefeito Alex Manente e o postulante a vice Admir Ferro, O Afastamento das legendas ficou evidente durante as discussões para a presidência da Câmara.

O vereador eleito Pery Cartola (PPS) dificilmente terá o apoio dos tucanos em sua candidatura ao comando da Casa. Embora o PSDB tenha sinalizado apoio ao popular-socialista, com a indicação do parlamentar Juarez Tudo Azul como aspirante a primeiro secretário, agora o discurso dos tucanos é de independência.

"Como estamos numa situação enfraquecida, não adianta pleitear nada. A tendência é de ficarmos independentes", disse o atual chefe do Legislativo, Hiroyuki Minami, que ensaiou

candidatura à reeleição.

Nos bastidores, comenta-se que o PSDB discutiu a condição de independência com integrantes do governo petista para, em troca, ter o comando de uma das 15 comissões permanentes da Casa.

A divisão entre PSDB e PPS reforça o afastamento entre Alex Manente e o deputado estadual Orlando Morando (PSDB). Se esse cenário for mantido, é possível duas candidauras de oposição em 2016. Defensor de primeira hora de candidatura própria tucana na eleição municipal, Morando declarou voto em Alex faltando dois dias para o pleito, justificando que foi "por questão estritamente partidária". Nos bastidores comenta-se que ambos participaram indiretamente das articulações para o posto mais cobiçado do Legislativo são-bernardense.

Sem o apoio do PSDB e com dificuldade para angariar adesões no bloco governista, a empreitada do PPS para comandar a mesa diretora da Casa não terá êxito, já que Pery tende a contar apenas com os votos dos seis correligionários.

"Ainda acredito que é possível surpreender (na votação). Agora, se vai ser suficiente para levar (a presidência), é outra história", considerou Pery.

Desse modo, o petista Tião Mateus, parlamentar mais votado em 7 de outubro com 6.844 votos e candidato governista ao comando do Legislativo, não encontrará dificuldade para ser eleito presidente da Câmara.

Com o iminente racha entre a oposição, o prefeito Luiz Marinho, que hoje toma posse para o segundo mandato, não encontrará dificuldade com os opositores no Legislativo.

Cenário bem diferente de 2009, quando o petista assumiu o Paço pela primeira vez e esbarrou na maioria oposicionista na Casa. Durante toda a campanha pela reeleição, Marinho detalhou o episódio, reforçando os pedidos de voto para os candidatos a vereador da base aliada.