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Manifestantes fecham
balsa no Riacho e
interrompem travessia

Eles pedem diminuição das filas, que chega a durar mais de duas horas no fim do dia

Por Guilherme Monfardini
Especial para o Diário
27/07/2013 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


 Um protesto dos moradores da Vila Capivari, no Riacho Grande, em São Bernardo, fechou a balsa por uma hora e meia, causando fila de quase um quilômetro. Durante o período em que os manifestantes estiveram no local, nenhum veículo passou. “Se tiver um carro de emergência, como ambulância, a gente abre a balsa, se não, ninguém vai circular”, afirmou Dirce Araújo Sojo, 66 anos, uma das organizadoras da manifestação.

O protesto foi apoiado por quem esperava a balsa, mas alguns acharam que o local não era apropriado. “Acho ótimo ter essa reivindicação, mas aqui não é o lugar. Não tem nenhum político. Isso tinha que ser feito em frente à Prefeitura para chamar a atenção de quem interessa mesmo”, disse a dona de casa Adriana Santos Ribeiro, 36.

A reivindicação dos moradores era para que o problema das filas – que demoram em média duas horas no fim do dia – fosse resolvido. “É impossível passar aqui. Quem vem demora em média 2 horas. Isso é um absurdo, um tempo perdido por nada”, disse o aposentado Osmar Luiz de Oliveira, 72.

Oliveira vive há 22 anos no bairro e contou que o problema piorou nos últimos anos. “Antigamente a balsa era menor e era suficiente. Agora, o bairro cresceu e a balsa não acompanhou. Para resolver, precisa de um transporte maior”, disse.

No momento em que os manifestantes decidiram pelo fechamento da balsa, houve confusão entre eles e a Polícia Militar, que queria que o transporte fosse liberado. Após bate-boca, a polícia acabou permitindo que o protesto continuasse.

Outro pedido dos manifestantes é que haja mais uma balsa operando no local, para que uma faça a saída e outra a chegada dos veículos. A cada viagem, cerca de 20 veículos são transportados.

A organizadora Maria de Nalva Galdini, 52, acredita que o ato foi positivo. “Fizemos o que pretendíamos e não tivemos nenhum incidente nem bagunça. Foi muito bom. Atingimos o nosso objetivo.”

Outra opção utilizada pelos moradores é o acesso clandestino à Rodovia dos Imigrantes pela Estrada do Capivari. . Quem utiliza essa alternativa é obrigado a pagar o pedágio. “Tenho duas opções: ou fico esperando ou pago pedágio da Imigrantes, que custa R$ 21,20. Imagina esse valor todo dia. Não compensa”, afirmou a vendedora Tatiana Alves de Andrade.

Na tarde de ontem, os manifestantes participaram de reunião com representantes da Secretaria de Transportes, da Brigada Militar, da Secretaria de Saúde e do Conselho de Segurança da cidade.

O secretário de Transportes e Vias Públicas, Oscar Silveira Campos, explica que a Prefeitura tomará apenas medidas paliativas para solucionar o problema na travessia aquática. Isso porque a responsabilidade pela embarcação é do Estado, por meio da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia). Segundo Silveira Campos, a única medida que o município pode adotar é ajudar a organizar a fila. “É como em um caso de infecção de garganta. Vamos dar remédio para febre e a temperatura vai abaixar. Mas a dor de garganta irá continuar”, exemplifica.

O titular da Pasta explica que também depende do Estado para implantar qualquer tipo de solução definitiva no local. “Precisamos de aprovação para criação de um outro píer ou para construção de ponte. Isso também dependeria de investimento maior.” Outra solução cogitada – e que também precisaria de aprovação estadual – seria a abertura de acesso da Rodovia dos Imigrantes para a Estrada do Capivari, que necessita ser pavimentada.

A assessoria de imprensa da Emae foi procurada pelo Diário, mas não retornou os contatos até o fechamento desta edição.(Colaborou Fábio Munhoz)




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