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Preços da gasolina e do álcool começam a cair no Grande ABC
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/04/2006 | 09:51
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Os combustíveis – principais vilões para o bolso do consumidor nas últimas semanas – foram os responsáveis pela estabilização no custo de vida no Grande ABC. De acordo com dados do IPC-Imes (Índice de Preços ao Consumidor medido pela Universidade Municipal de São Caetano), a inflação na região registrou variação positiva de 0,23% na primeira quadrissemana de abril ante 0,24% no mês passado.

“Os preços dos combustíveis estão subindo menos do que nos levantamentos anteriores. Isso nos leva a crer em uma possível estabilização ou mesmo queda nos valores”, destaca o economista Lúcio Flávio Dantas, do Inpes-Imes (Instituto de Pesquisas do Imes), que é responsável pela pesquisa de inflação. O grupo de transportes apresentou alta de 2,11% na primeira quadrissemana de abril ante 2,16% em março.

Nem mesmo a elevação de 5% na tarifa de ônibus em Santo André segurou o índice do grupo nos mesmos patamares de março. O subgrupo de transportes urbanos registrou elevação de 0,17% ante estabilização na pesquisa anterior. No entanto, tem 3,62% de influência na formação da inflação do ABC. Os transportes próprios, por sua vez, têm peso de 9,6% no orçamento e registraram redução de 0,14 ponto percentual – de 2,99% em março para 2,85% nesta semana.

Levantamento da ANP (Associação Nacional do Petróleo) confirmou os dados do IPC-Imes. No Grande ABC – sem considerar as informações de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – o preço médio da gasolina apresentou estabilização considerando as últimas quatro semanas, permanecendo a R$ 2,43 o litro. O álcool, por sua vez, registrou redução de 1,69%, com valor médio de R$ 1,74 o litro na última semana contra R$ 1,77 há um mês.

Além disso, de acordo com Dantas, o grupo de alimentação manteve o ritmo de queda nos preços e neutralizou a elevação registrada no grupo de vestuário, que finalmente foi pressionado pela troca de coleção. O segmento deveria ter apresentado alta no final de março, quando entrou o outono. Mas, em razão do clima quente, as peças de verão permaneceram nas vitrines. Além disso, a baixa cotação do dólar também contribuiu para segurar os preços dos produtos.

O grupo de alimentos recebeu influência, principalmente, dos subgrupos de semi-elaborados (frango, carnes e cereais) e in natura (hortifrutigranjeiros). “Os produtos in natura são muito sazonais. Chuva demais ou sol demais já prejudicam a produção desses itens. E, como a condição de armazenamento é muito difícil, os preços variam muito”, explica Dantas.

Os semi-elaborados ainda estão com preços em queda devido à gripe aviária, que reduziu exportações do frango e resultou em excesso de oferta no mercado interno. O decréscimo da inflação no subgrupo, entretanto, está em ritmo menor – queda de 1,03% nesta quadrissemana contra redução de 1,13% em março.

O único subgrupo de alimentos a apresentar variação positiva foi a alimentação fora do lar. “Se os preços dos itens alimentícios continuarem caindo, os estabelecimentos devem repassar para os clientes”, diz o economista.

Para as próximas semanas, a tendência é de que outro grupo figure como uma das principais influências para a formação do índice de inflação: o de saúde. Isso porque as farmácias devem começar, em breve, a repassar para alguns medicamentos reajustes autorizados pelo governo no início deste mês.



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