Presidentes de seis dos sete principais times profissionais em atividade no Grande ABC defendem a manutenção da proposta inicial sobre a Linha 18-Bronze para trazer o Metrô à região. Dirigentes enfatizaram a importância do projeto não só para as cidades que fazem parte da rota Tamanduateí-Djalma Dutra (da Zona Leste da Capital à região central de São Bernardo, em uma integração com a Linha 2–Verde do Metrô e 10–Turquesa da CPTM), como às demais. Inclusive, destacaram o benefício que este tipo de transporte representa para o futebol regional.

“O melhor modal para o transporte coletivo da região é efetivamente o Metrô. O êxito do sistema metroviário na Capital é inegável. Hoje, já não se consegue imaginar a cidade (de São Paulo) sem o Metrô e o mesmo pode-se aplicar à nossa região. Sua importância é imensa, não só para as atividades esportivas, que são eventuais, mas total e principalmente no cotidiano da grande população de nossos municípios, que gasta parte substancial de seu tempo no deslocamento para casa, trabalho, escola etc”, aponta Sidney Riquetto, presidente do Santo André, que acredita que a chegada da Linha 18 facilitaria a vida de torcedores de clubes da Capital para acompanhar seus times contra os representantes do Grande ABC. “Desde que estejamos na (Série) A-1”, contextualiza. Por ora, com o rebaixamento do São Caetano, a região aguarda o desfecho da Série A-2 para saber se terá ao menos um time na elite – Netuno e Ramalhão seguem na briga.

Felipe Cheidde Júnior, presidente do EC São Bernardo, enxerga a chegada do Metrô como avanço tecnológico e de ideias. “Se concretizando, a parte política ganha crédito”, crê. O mandatário vai além e considera como um facilitador para que os clubes possam reforçar seus elencos e até nas arquibancadas. “Vários atletas deixam de vir jogar nos clubes do Grande ABC porque têm custo extra com o transporte. Facilitaria muito para os que residem na cidade, na Capital e na Grande São Paulo. Com certeza teríamos acréscimo de 15% a 20% no número de torcedors. Não imagino outro quadro”, opina.

O mandatário do São Bernardo FC, o ex-vereador e ex-deputado federal Edinho Montemor salienta que “essa é uma aspiração antiga da cidade e de região”. “Acho muito bom que o prefeito (de São Bernardo) Orlando (Morando - PSDB), que tem lutado por isso desde os temos de deputado, com o relacionamento que tem com o (governador João) Doria (PSDB), esteja emprenhado e deverá conseguir. E o engajamento do Diário reforça essa luta”, exalta. “O Grande ABC está sufocado e a Via Anchieta, por exemplo, está com a sua capacidade de escoamento, em determinados horários, totalmente comprometida”, completa.

Presidente do Grêmio Mauaense, Marcos Capuano, o Quinho, segue na linha do fortalecimento regional com o Metrô. “Há tempos o Grande ABC deveria ser contemplado com essa obra, mas a culpa também é nossa, tendo em vista que a nossa representatividade nas assembleias estadual e federal é irrisória pelo PIB (Produto Interno Bruto) produzindo e pela população demográfica. Pulverizamos os nossos votos em candidatos que não têm vínculo ou compromisso com a região”, adverte o cartola, que considera a obra e o consequente funcionamento da Linha 18-Bronze como oportunidades para criação de empregos.

Número um na hierarquia do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza acredita que o Metrô é oferta de “maior logística” à população e, inclusive – como citou o presidente do Cachorrão –, para os atletas. “É uma solução que já deveria estar aqui. Facilitaria para as classes futebolística, trabalhadora e outras”, diz.

Vagner Tegi, presidente do Mauá FC, destacou a bandeira levantada pelo Diário. “Legal a campanha, ficamos felizes. Andei muito de trem e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) melhorou na região. Diminuiu o tempo de percurso, de espera para o usuário. Seria interessante ter esses novos ramais.”