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Para que nada passe despercebido

Artistas se unem em mostra que retrata ‘lugares invisíveis’ de Santo André

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
11/03/2019 | 07:30
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Divulgação


É fato que não conseguimos, com a correria do dia a dia, notar tudo que acontece na nossa volta. E, por conta disso, diversas coisas que podem ter grande importância podem passar despercebidas, não serem notadas e, portanto, não existem. Mas foi de modo a dar uma visão macro para Santo André que três artistas da cidade – o grafiteiro William Pimentel, a ilustradora Drica Sousa e o fotógrafo Vinicius Cerchiari – se uniram na exposição inVisível, que será aberta sexta-feira no Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, a partir das 19h.

Não é possível adiantar, ainda, quantas obras poderão ser vistas pelos visitantes. É que algumas ineditas serão preparadas ao longo dos próximos dias, a fim de que a mostra fique completa e contemple todos os lugares ‘escondidos’ de Santo André. A ideia partiu de Cerchiari, 31 anos, que é publicitário, mas se apaixonou pela fotografia e viu uma postagem em rede social tomar proporções inimagináveis. “A ideia foi homenagear a cidade, mas a exposição ganhou um sentido muito mais profundo. Passamos a contar a nossa história com Santo André e, com isso, amadurecemos todos artisticamente.”

Para cada um o sentido de invisível foi diferente. “Quando eu fazia as fotos noturnas a minha ideia era não ser notado. Tentava ser invisível para conseguir esse registro e ao mesmo tempo contar essa história. Percebi que a fotografia tem um grande poder e, como diz aquela frase, com o poder vêm as responsabilidades. Percebi que tinha de mergulhar mais a fundo na cidade e não só mostrar só a parte bonita do Centro.” Ele, que cresceu no bairro Recreio da Borda do Campo, ‘que muito andreense nem sabe que existe’, foi atrás de suas origens.

O mesmo aconteceu com Drica, 31 anos. “A mostra começou com a ideia de mostrar pedacinhos da cidade que passam despercebidos no dia a dia e no fim cada um teve uma conclusão diferente sobre isso. Nessa pesquisa consegui ver que o invisível, na verdade, é o tempo. É um fator determinante, porém, a gente não consegue ver e só consegue mensurar depois que ele passou. Por isso, mostro nessa exposição as pessoas que foram importante durante todo tempo na minha vida.” Em uma de suas obras, retrata o tio Edmilson, que morreu em 2013 no Jardim Santa Cristina, em decorrência de uma enchente. “Inclusive o Diário noticiou na época. Ele foi salvar uma família que estava dentro de uma casa e o muro caiu em cima dele. Foi um herói invisível. A história dele encerrou como sempre viveu, ajudando as pessoas”, lembra, emocionada.

Já Pimentel, 32 anos, preparou obras inéditas, em maioria pintura e estêncil sobre tela, prática que vem se aperfeiçoando. “Nessas obras, pinto retratos de pessoas que expressam algum tipo de emoção, de força, até mesmo de memória. E a ideia é fazer com que o espectador sinta e se identifique com essas expressões”, explica. A mostra, que fica em cartaz até dia 1° de junho, terá atividades como roda de conversa, oficina, live paint e sessão de fotografia.

inVisível – Exposição. No Museu de Santo André – Rua Senador Flaquer, 470. A partir do dia 15, de segunda a sexta, das 8h30 às 16h30 e, aos sábados, das 9h às 14h30. Gratuito.  




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