O governo de Jair Bolsonaro (PSL), que toma posse como presidente do Brasil hoje, deixa moradores do Grande ABC otimistas com o futuro do País, embora a maioria dos munícipes ouvidos ontem pelo Diário apresente ressalvas sobre promessas do próximo chefe da Nação, como facilitação do porte de arma de fogo.

O mecânico de elevadores Francisco dos Santos, 48 anos, morador de São Caetano, tem esperança de que Bolsonaro dará novo rumo para o Brasil. “No início do governo acho que Bolsonaro encontrará dificuldades. Mas se ele trouxer as mudanças que tem falado, já resolve. Só não concordo muito com a questão do porte de armas.”

Na região, Bolsonaro ganhou em todas as cidades nos dois turnos da eleição. E foi em São Caetano onde encontrou a maior vitória, com 75,11% dos votos válidos da etapa final do pleito. Da mesma cidade, o autônomo Jurandir Flores, 58, aposta que o capitão do Exército vai acabar com a corrupção. “Votei nele, pois creio que ele vai dar jeito na roubalheira.”

A falta de segurança fez com que o morador de São Bernardo Rodrigo de Barros, 39, controlador de acesso, apostasse em Bolsonaro na eleição. “Tenho certeza que ele fará de tudo para acabar com a violência. Só de ele acabar com os indultos para os presidiários já ajudaria muito”. Nessa área, Bolsonaro nomeou o ex-juiz Sérgio Moro – responsável pelos casos da Operação Lava Jato em primeira instância – para comandar o Ministério de Justiça e de Segurança.

Aposentado, Manoel Barbosa, 87, de São Caetano, revelou que não vota mais, porém, votaria em Bolsonaro se precisasse. “Tenho fé em Deus que ele mudará o Brasil. Ele tem que olhar para a Saúde e para os idosos.”

No sábado, o presidente reafirmou, por meio do Twitter, que facilitaria o acesso ao porte de armas de fogo. Para Wanderlea Oliveira Petená, 33, e Márcia Melo, 45, ambas de São Bernardo, a ação pode resolver a questão de Segurança no País. “Acredito que inibiria a ação dos ladrões”, citou Wanderlea. “Se o interessado resolver fazer curso, não vejo problema ter porte de armas”, disse Márcia. Elas foram as únicas ouvidas pelo Diário a defender a medida.

Alegando ter ficado neutro nos dois turnos, o enfermeiro Gabriel Saboretti, 20, de Santo André, disse esperar de Bolsonaro o que aguardaria de qualquer governo. “Não votei nele. Mas ele foi eleito para resolver os problemas do País.”

Também afirmando que que não votou no próximo presidente, a costureira andreense Sueli Cristina, 50, se preocupa com a questão trabalhista. “Ele disse que acabaria com o 13º salário. Isso não pode acontecer”. As também andreenses Eliane Alves, 27, e Edileuza Sampaio, 31, avaliam que Bolsonaro não dará conta nas questões econômicas do País. “O Brasil está muito bagunçado. Acho que ele não dará conta de colocar a economia para funcionar, mas estou na torcida”, ponderou Edileuza.