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Movimento de mulheres reivindica casa de referência

Coletivo invade escola abandonada e cobra acordo firmado com a Prefeitura em 2017

Aline melo
Do Diário do Grande ABC
02/10/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O Movimento de Mulheres Olga Benário invadiu, na última sexta-feira, prédio abandonado em Mauá onde já funcionou uma escola particular. Segundo as integrantes do coletivo, que em julho do ano passado já haviam invadido outro imóvel na cidade, o objetivo é que seja instalado no local – Rua Almirante Barroso, área central – espaço de referência para atendimento de mulheres em situação de violência doméstica, denominada Casa Helenira Preta.

“Quando houve a primeira ocupação, dialogamos com a Prefeitura, montamos grupo de trabalho e desocupamos (o local, também no Centro da cidade) com compromisso de que seria indicado novo imóvel”, explicou uma das coordenadoras do movimento, Carol Vigliari, 36 anos. 

Segundo ela, foram feitas reuniões e visitas à possíveis locais, mas as sucessivas trocas do comando da Secretaria de Políticas para as Mulheres atrapalharam as negociações. A primeira-dama Andreia Rolim, responsável pela Pasta, foi substituída, em julho, por Laura Demarchi – indicada pela vice-prefeita e à época prefeita interina, Alaíde Damo (MDB) –, e no fim de setembro, com o retorno do prefeito Atila Jacomussi (PSB) ao cargo, reassumiu. “Estamos apenas cumprindo nossa parte do acordo. A administração entraria com o imóvel e indicaria servidores para atuar no serviço, e o movimento seria responsável pelos outros funcionários e voluntários para manter as oficinas e os atendimentos”, completou Carol.

O prédio conta com pelo menos dez salas, pátio, cozinha e banheiros e está sem ligações de água e luz. Equipe do Laboratório de Gestão de Risco da UFABC (Universidade Federal do ABC) deve ir ao local para avaliar as estruturas. “Vamos colocar para funcionar”, destacou Carol. O movimento entregou no ano passado à administração projeto do centro de referência, seguindo normas técnicas do governo federal. 

Procurada, Andreia Rolim afirmou que o imóvel foi desapropriado pela gestão do ex-prefeito Donisete Braga (então no PT, atual Pros), mas não foi pago e, por isso, ainda é privado. “Vou me reunir com o secretário de Governo (Israel Aleixo – PSB) para debater o assunto”, declarou. A administração não comentou, entretanto, as negociações com o movimento.

O coletivo gerencia, desde 2016, dois centros de referência em parceria com governos estaduais, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Além dos atendimentos psicossocial e jurídico, oficinas de geração de renda pretendem dar autonomia para as participantes.




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