O presidente do banco espanhol SCH (Santander Central Hispano), Emilio Botín, foi absolvido pela Justiça espanhola no julgamento por pagamento de indenizações milionárias. Além de Botín, o veredicto confirmado nesta quinta-feira também liberou José Maria Amusátegui, um dos ex-presidentes do banco, e o ex-conselheiro delegado do grupo Angel Corcostegui — ambos teriam se beneficiado com as indenizações e, junto com Botín, eram acusados de apropriação indevida e administração desleal.

Segundo a decisão judicial, "não ficou evidente que as percepções dos senhores Amusátegui e Corcostegui causaram algum prejuízo ao banco. O que foi estabelecido é que os pagamentos feitos aos acusados Angel Corcostegui e José María Amusátegui foram referentes a serviços prestados", informou o veredicto.

Os dois pequenos acionistas do SCH, primeira entidade financeira da América Latina e primeiro banco da zona euro, têm um prazo de cinco dias para apelar da decisão. De acordo com um porta-voz do banco, a entidade não vai se pronunciar sobre a sentença da Sala da Audiência Nacional, principal instância penal da Espanha.

Ao deixar o SCH por aposentadoria antecipada em 2001, Amusátegui recebeu 43,7 milhões de euros, enquanto Corcostegui, considerado um dos mais próximos colaboradores de Botín, recebeu 108 milhões de euros ao apresentar a demissão em 2002 por "motivos pessoais".

Agora, Botín, um dos homens mais influentes da Espanha, terá de voltar ao banco dos réus para responder a um processo por fraude fiscal, que deve começar no segundo semestre de 2005, segundo uma fonte próxima ao SCH.