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Em nome da sustentabilidade

Um mês após deflagrar a campanha de uso das sacolas retornáveis, os supermercados paulistas avaliam os resultados como positivos.

Por Wilson Marini
10/05/2012 | 00:00
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Um mês após deflagrar a campanha de uso das sacolas retornáveis, os supermercados paulistas avaliam os resultados como positivos. Números divulgados em São Paulo pela Apas (Associação Paulista de Supermercados) revelam que desde o dia 4 de abril, 90% dos estabelecimentos deixaram de distribuir ou vender sacolinhas descartáveis ou biocompostáveis. "Trata-se de um movimento global em torno da sustentabilidade e os supermercadistas de São Paulo estão conscientes e unidos em torno dessa questão", avalia João Galassi, presidente da entidade.

Em São Paulo não vigora lei que proíba os supermercados de distribuírem as sacolas. A campanha é baseada em acordo firmado entre Ministério Público, Procon-SP e Apas. Os supermercados passaram a oferecer opção de sacola reutilizável por até R$ 0,59. Consumidores ganharam cerca de 5,2 milhões de sacolas reutilizáveis em todo o Estado. Outras ações desse tipo estão previstas. "A campanha pela substituição das sacolas descartáveis é um acesso e a APAS acompanha com satisfação o apoio da população a essa iniciativa", afirma Galassi. O propósito de preservação do meio ambiente foi entendido pela maioria dos consumidores".

Economia

A diminuição do consumo de sacolas descartáveis desde o início da campanha terá reflexos no índice da inflação, segundo a Apas. Nos três primeiros meses de 2012, o Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela Fipe, caiu 0,11%. "Claro que será uma queda gradativa, mas a redução dos preços dos produtos, ainda que pequena, será repassada", diz Galassi.

Tendência

O exemplo de São Paulo está sendo seguido em outros Estados devido à conscientização sobre os desafios ambientais. A população mundial consome em média um terço a mais do que o planeta consegue renovar. A sustentabilidade entrou na agenda das empresas por meio de práticas sustentáveis como economia de água e energia, coleta seletiva de lixo e escolha de materiais mais ecológicas. Impossível ficar fora do debate.

Os supermercados, que possuem forte ligação com o público e o meio ambiente, estão também fazendo a sua parte, assim como muitos outros segmentos empresariais e do mundo dos negócios. É só início, porque as ações de sustentabilidade não são modismo, mas vieram para ficar.

Para se ter uma ideia da importância do engajamento ambientalista dos supermercados em relação à sustentabilidade, o setor movimenta anualmente R$ 201,6 bilhões no País, o equivalente a 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Os supermercados respondem pelo abastecimento de 85% da população brasileira.

Em São Paulo, o setor formado por 2.700 lojas no Estado registrou alta de 4,6% nas vendas em 2011 em relação a 2010. O faturamento foi de R$ 68,4 bilhões, cerca de 30% das vendas do setor no País.

No País

O Distrito Federal aguarda a sanção de projeto de lei que dará prazo de um ano para os supermercados só distribuírem sacolas biodegradáveis sob pena de ganharem multa ou mesmo a interdição do estabelecimento. No Ceará, supermercados já oferecem as caixas de papelão - cena inexistente até há pouco tempo. Em Maringá (PR), um hipermercado dá desconto nas compras para os clientes que usam reutilizáveis.

Em Belo Horizonte, a adoção de sacolas retornáveis foi instituída por meio de lei municipal há um ano. Segundo a Associação Mineira de Supermercados, no período cerca de 160 milhões de sacolinhas deixaram de ser jogadas no meio ambiente. O hábito de levar ecobags para as compras já é corriqueiro na capital mineira: 95% dos consumidores utilizam essa alternativa no transporte de mercadorias, muitas vezes associado às caixas de papelão.

Os outros 5% optam por carrinhos ecológicos, mochilas e sacolas biocompostáveis. O uso de sacolas descartáveis está praticamente extinto em Belo Horizonte. A lei, junto com uma campanha educativa, conseguiu baixar o consumo diário de 450 mil sacolinhas para cerca de 13 mil unidades nos supermercados, uma queda de 97%.

No Espírito Santo, desde janeiro de 2012, os supermercados também não entregam mais sacolas que agridem o meio ambiente. A alternativa foi cobrar pela sacola plástica para inibir o consumo.




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