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Em ano de crises, Marcos Lula evita discurso e mantém atuação ‘zerada’

Filho de Lula, vereador de São Bernardo segue
coadjuvante em meio a apuros da gestão Marinho

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
28/12/2015 | 07:01
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André Henriques/DGABC


Nem mesmo as instabilidades políticas enfrentadas pelo governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), e o período de maior crise da história envolvendo o PT contribuíram para que o vereador Marcos Lula (PT), de 44 anos, tivesse atuação mais enfática na Câmara. Filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2003-2010), o parlamentar encerrou novamente mais um ano legislativo bem longe do protagonismo na Casa, sem apresentar projetos próprios para votação em plenário e ausente na defesa do partido que o pai ajudou a fundar.

Em meio às diversas polêmicas que atingiram a gestão Marinho no atual exercício, como a queda da então secretária de Educação, Cleuza Repulho, a abertura da primeira CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a administração petista – a do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) –, e a greve dos servidores públicos, além da série de críticas contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), todas entoadas pela oposição, Marcos adotou o silêncio. Alheio a discursos na tribuna, o petista preferiu apenas assistir aos ataques.

Outros dois cenários também não interferiram na postura apática do vereador. No começo do ano, nove parlamentares romperam com a base aliada do PT em São Bernardo, formando grupo independente chamado de G-9, o que dificultou atuação do Paço. E nos últimos quatro meses, a família de Marcos virou alvo da Polícia Federal, no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes. Lula foi convocado a depor na PF, enquanto que houve busca e apreensão na empresa de seu irmão, Luís Cláudio Lula da Silva, suspeito de se beneficiar de ‘venda’ de Medidas Provisórias.

No penúltimo ano de seu primeiro mandato, o filho adotivo de Lula – fruto do primeiro casamento da ex-primeira-dama do Palácio do Planalto Marisa Letícia – justificou a inércia pela falta de experiência na vereança. Desta vez, Marcos alegou que seu trabalho é “focado nas ruas”. “Não adianta eu ir à tribuna da Câmara (durante a sessão legislativa) e fazer um discurso bonito para pessoas do meio político. Minha postura é atender a população”, sustentou o parlamentar, ao citar, sem dar detalhes do teor da proposta, que tem projetos de sua autoria tramitando nas comissões da Casa. “Prefiro ajudar na elaboração de pautas do Executivo, que são fundamentais para a cidade. Não faço projetos só por fazer”, ponderou, visando minimizar a situação.

Eleito em 2012 para a legislatura de estreia, Marcos obteve investimento pesado na campanha por vaga na Câmara. As despesas do petista superaram as da empreitada de Marinho à reeleição: enquanto o parlamentar gastou R$ 70,37 por cada um dos 3.882 votos recebidos, o chefe do Executivo desembolsou R$ 12,17.

REELEIÇÃO
Apesar do pífio desempenho, Marcos já antecipa que vai disputar a reeleição no páreo do ano que vem. “Sinto que contribuí com o trabalho desenvolvido pelo prefeito (Marinho). Tenho aprendido muito e minha atuação como político será sempre voltada para os moradores”, frisou o petista, acostumado a participar das sessões com o clássico broche do PT.  




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