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Filippi desiste de liderar candidatura em Diadema

Ex-prefeito comunica diretório do PT que ficará com Haddad; há temor de envolvimento na Lava Jato

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
10/05/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior, comunicou nesta semana que não quer ser candidato do PT à Prefeitura de Diadema em 2016. Oficialmente, alegou que a legenda precisa se oxigenar, ter novas lideranças, e que ele pretende cumprir compromisso firmado com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de terminar a gestão. Entretanto, o receio de ver seu nome envolvido na Operação Lava Jato, da PF (Polícia Federal), acelerou o processo de escolha de outra figura para rivalizar com Lauro Michels (PV).

Reunião no diretório diademense foi realizada na noite de terça-feira. Filippi pediu a seu aliado mais fiel, o ex-prefeito e hoje presidente do PT municipal, Mário Reali, que transmitisse sua decisão de ficar fora das urnas em 2016. O comunicado, segundo alguns integrantes da executiva da legenda, foi para antecipar o processo de escolha do candidato do petismo.

Atualmente dois nomes estão colocados: os vereadores José Antônio da Silva (ligado a Filippi e Reali) e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (da ala sindical do partido). Porém, como há mais de um ano para registro da chapa, outras figuras devem pleitear espaço. Prévia já é dada como certa pela maioria do diretório.

Ao oficializar sua desistência, Filippi pediu que a legenda tente, até o fim do ano, definir quem será seu representante na eleição do ano que vem, para que o partido esteja unido no sentido de retomar o poder em Diadema, a primeira cidade administrada por um petista.

“Dificilmente ele será candidato, essa foi a fala dele (Filippi). Precisamos buscar alternativas. Mas não há nada decidido. Há muita gente que quer o Filippi como candidato, que vão insistir. Mas vejo que há tempo para discussão. O parto dura nove meses, não algumas semanas, como pessoas às vezes pensam”, disse Reali, citando o compromisso de Filippi com Haddad como fator preponderante para a desistência.

Filippi nunca esteve inclinado a ser candidato, mas pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o fez repensar. Nos bastidores, ainda há comentário de que essa desistência seria jogada de Filippi, para retornar ao partido no ano que vem como ‘salvador da pátria’ do PT em Diadema para derrotar Lauro.

O nome de Filippi não apareceu na Lava Jato. Porém, até petistas da cidade creem que ele será ao menos investigado por ter sido tesoureiro da campanha da Dilma Rousseff (PT) em 2010. Ele não retornou aos contatos da equipe do Diário.




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