Algumas seleções derrubaram seus treinadores e imediatamente indicaram seus sucessores. Na França, por exemplo, Reymond Domenech será substituído por Laurent Blanc. Na Itália, Marcello Lippi está fora e Cesare Prandelli vai comandar a Azzurra.

O Brasil demitiu Dunga e faz mistério para indicar o substituto. Alguns nomes foram especulados, especialmente Felipão e Mano Menezes. Felipão teria dito que não quer voltar agora à Seleção. Mano está na dele. Quieto, como manda o figurino. Mas ele não é o preferido de Ricardo Teixeira.

Comentou-se também sobre Leonardo. Ele segue a trilha de Dunga, com pouca experiência nacional e internacional. Mas o que se comenta aqui na África é que o ex-lateral foi defendido por dois jornalistas cariocas.

Não se proíbe que qualquer jornalista defenda este ou aquele treinador para dirigir a Seleção Brasileira. O que não se concebe é que os jornalistas liguem para dirigentes da CBF e façam lobby pelos seus preferidos.

O futebol brasileiro passou desta fase. Antigamente, nas décadas de 1970 e 1980, havia richa imensa entre jornalistas paulistas e cariocas. Sempre prevalecia a vontade dos colegas do Rio de Janeiro. Assim Brandão caiu e Coutinho foi à Copa da Argentina.

Assim também Lazzaroni comandou a Seleção na Copa da Itália. E outros menos cotados, como Edu, irmão de Zico, chegaram a dirigir a Seleção.

Se um técnico chegar à Seleção Brasileira por conta de padrinhos, suas qualidades profissionais não serão consideradas. E ele terá de pagar um dia a gentileza.

Eu já vi esse filme e o final não é muito legal.

BASTIDORES

A chegada da Holanda à final da Copa nada mais é do que a conquista pelos seus próprios méritos. A vitória difícil sobre o forte Uruguai foi justa. Aliás, o Uruguai vendeu muito mais caro a sua derrota do que o Brasil. Como todo mundo diz aqui na África, devem decidir o Mundial Holanda e Alemanha.

Personalidades estão chegando a Joanesburgo para a festa que a CBF promoverá amanhã no centro de convenções da cidade. A logomarca da Copa de 2014 é o mote, mas todos os segmentos vão aproveitar para fazer política. Inclusive Lula, que estaria sonhando com a secretaria-geral da ONU depois do seu mandato.

TOQUE FINAL

O Ministério do Turismo brasileiro está fazendo aqui na África belo trabalho de divulgação do nosso País.

Os principais pontos das cidades-sedes da Copa do Mundo, que atraem gente local e de outros países, recebem divulgadores bilíngues, que simpáticos e sorridentes, entregam folhetos e oferecem informações sobre nosso País.

O Brasil é um País pouco conhecido e divulgado na Europa. Pesquisa recente indicou que apenas 21% da comunidade do Euro conheciam nosso País. Nos Estados Unidos os números são parecidos.

Todas as preocupações sanitárias e alimentares que tivemos antes de vir para a África, europeus e norte-americanos têm quando vão ao Brasil. Eles tomam vacina, passam repelentes, pensam que o País inteiro é como a Amazônia, que reconhecidamente tem grande foco de malária.

Qualquer campanha publicitária no Exterior é muito cara. Custa milhões e milhões de dólares. Por isso essas ações pontuais são baratas e eficientes, porque atingem turistas de todo mundo que vieram à Copa. Portanto, com disposição para viajar para outros países.

O Brasil recebeu 7,5 milhões de turistas em 2009. Menos do que a própria África do Sul, que chegou a quase 10 milhões. Nossos números nesse setor são modestos. Temos muito a crescer. E as divisas que podem entrar com o turismo são claras e indiscutíveis.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.br