Automóveis Titulo Avaliação
Utilitário à moda aventureira
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
16/11/2011 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Num mercado restrito, é necessário ter novidades para atrair o consumidor. Foi o que fez a Renault com o Duster. A última palavra em utilitário esportivo compacto chegou há cerca de um mês no País e quer bater de frente com o EcoSport - modelo vendido pela Ford desde 2003 que, até então, não tinha nenhum concorrente direto no mercado local.

Dentre suas seis versões - cujos preços partem de R$ 50.990 (denominada apenas de 1.6) - optamos por avaliar o modelo topo de linha Dynamique com tração 4x4. Esta herdada da Nissan, marca do mesmo grupo.

Segundo a montadora de origem francesa, o primeiro SUV do Brasil fabricado pela Renault (vendido como Dacia Duster lá fora) exigiu investimentos de R$ 75 milhões e 774 novos componentes para poder rodar em nossas ruas - 45 destas peças foram incluídas com a intenção de produzir menos ruído dentro da cabine.

Para trazer um legítimo modelo fora-de-estrada (e buscar bater a meta de emplacar 2.500 unidades do Duster por mês) foi necessário trabalho mais complexo do Renault Design América Latina, que precisou dar atenção especial ao desenho interno e externo do veículo, tornando-o mais robusto. E deu certo. Basta olhar os contornos sobressaltados dos para-lamas, grade, duplo tom no para-choque e, por que não citar, a inclusão de pneus de uso misto e rodas de liga leve com 16 polegadas pintadas em cinza escuro - exclusivas da versão 4x4.

Ao pisar no acelerador, o motor 2.0 16V Hi-Flex mostra força e disposição, mas não chega a empolgar. Bastante moderado, o propulsor gera até 142 cv (a 5.500 rotações) e torque de 19,7 mkgf com gasolina no tanque ou 20,9 mkgf, abastecido com etanol - ambos a 3.750 rpm.

Os 1.353 quilos do modelo são levados da inércia aos 100 km/h em 10,4 segundos bebendo o derivado da cana-de-açúcar, informa a montadora. A velocidade máxima chega a 181 km/h com o mesmo combustível.

A bordo, o nível de ruído não chega a ser um primor, mas também não incomoda os ocupantes.

Como manda o figurino, o modelo com tração 4x4 é disponível apenas com câmbio manual. Mas aqui são seis marchas, o que proporciona mais desenvoltura e economia de combustível. A marca declara consumo de 7,3 km/l na cidade e 9,8 km/l na estrada, quando a opção é o etanol. Números que sobem para 10,2 km/l e 13,6 km/l, respectivamente, quando abastecido com o derivado do petróleo.

Além da suspensão firme, o grande destaque é a altura livre do solo de 21 centímetros, que facilita bastante a passagem em valetas, lombadas e, principalmente, trechos off-road e alagados, situação que os brasileiros estão prestes a enfrentar com o início das chuvas de verão.

 

Por dentro, fusão de méritos e deméritos

 

Por dentro, os equipamentos e a qualidade do acabamento lembram alguns outros modelos do marca vendidos por aqui. A começar pelo volante - o mesmo que equipa os irmãos menores Clio e Sandero, por exemplo. O abuso de plástico no painel e portas também tem a mesma deficiência dos demais.

Mas nem só de deméritos é feito o Duster. Modificado em relação ao exemplar europeu, sua funcionalidade é algo a ressaltar. Os comandos estão ao alcance das mãos e a lista de equipamentos agrada. A começar pelos itens de segurança como freios com sistema antitravamento e air bags para motorista e passageiro dianteiro, entre outros equipamentos.

Com 2,67 metros de distância entre os eixos, o veículo traz boa dose de conforto aos ocupantes. Para enfatizar a ideia, o modelo agrega itens como direção hidráulica, ar-condicionado e comando elétrico dos vidros, travas e retrovisores. O CD player toca MP3 e tem conexão USB, iPod e bluetooth - podem ser comandados através da coluna de direção.

O banco do motorista tem regulagem de altura por meio de alavanca, assim como a coluna de direção. Uma dica: ao ajustá-la, é bom tomar cuidado com o polegar. Neste momento, o volante despenca sobre o dedo do motorista e chega a ferir. Defeito já apontado em outros modelos da marca.

O requinte fica por conta do revestimento em couro para os bancos. O item é opcional e sai por R$ 1.500, elevando o preço final do veículo para R$ 66,4 mil. Para se ter ideia, o Ford EcoSport - que tem lista de série mais enxuta e visual menos robusto que o Duster e ainda leva o estepe na tampa do porta-malas, facilitando o roubo - com todos os opcionais, não sai por menos de R$ 69.730.




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