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Jovens debutantes
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
16/08/2010 | 07:03
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Uma década e meia, para gente de verdade, pode não consolidar muita coisa, mas para um grupo como o dos Jovens Atores de Diadema, é a marca que carrega a consolidação e a força da expressão de um trabalho que já tem forma certa.

Por isso, a data merece celebração, que é o que acontece a partir de amanhã, no Teatro Clara Nunes, em Diadema. Debate e apresentação de peças que compõem o repertório do grupo, além de exposição fotográfica e apresentação de documentário, são os presentes que o grupo dão à cidade. Todas as atividades são gratuitas.

Para abrir o evento, fotos e a exibição do documentário 15 Anos de Jovens Atores, contam aos visitantes um pouco da história do grupo. Membros do JAD e mestres de teatro, em seguida, compõem a mesa de debates O Teatro em Diadema: Olhares e Perspectivas.

Trechos de boa parte dos dez trabalhos apresentados pelo grupo ao longo destes 15 anos entremeiam as apresentações. Duas peças de grupos convidados, Mahablan, da Cia de Nós Dois e Aconteceu no Brasil, do Grupo Arte da Comédia, integram a agenda.

"Temos um repertório bom, com textos literários adaptados para o teatro e alguns clássicos teatrais, como Quarto de Empregada, do Roberto Freire", conta o integrante Ademir Antunes.

A novidade fica por conta de Quarto de Estudos, montagem inédita baseado na peça Quarto de Estudante, de Freire.

"As relações de conflito dos textos do Roberto Freire são muito interessantes. Neste texto, especificamente, ele fala sobre dois palhaços que são confrontados pela vida e ficam sem estímulos para seguir a carreira artística. Todo artista passa por isso."

O projeto para o ano que vem é criar uma trilogia com apresentação de Quarto de Hotel, também do dramaturgo paulistano.

INFÂNCIA
O grupo é oriundo das oficinas da prefeitura. Partindo de um projeto especial da administração municipal, criou-se um grupo de formação teatral mais extenso, que de 1995 a 1999 aprofundou o estudo das técnicas teatrais, fazendo aulas com professores que se revezavam para ensinar-lhes todas as variantes - corpo, voz, interpretação - do teatro.

Com o fim da verba e do apoio, o grupo se desfez. "Muitos foram fazer faculdade ou seguiram para a Escola Livre de Santo André até nos juntarmos novamente, em 2004."

Órfãos desde então, eles se viram como podem para realizar suas produções. "É difícil, principalmente aqui no Grande ABC. Os moradores desconhecem a produção teatral própria da sua região", entende Antunes.
Para ele, faltam festivais que consolidem a identidade teatral regional e cuja a efetividade de apresentações forme um público conhecedor dessa produção.

MARCO
A montagem de Meu Tio O Iauaretê, que foi apresentada pela primeira vez em 2004, marcou o reinício das atividades do grupo e a reaproximação do universo de Guimarães Rosa, autor do conto homônimo. É que o primeiro trabalho do grupo, lá nos primórdios de sua formação, foi baseado no livro Primeiras Estórias, do mesmo autor. "Apresentamos Meu Tio em Cordisburgo, em Minas Gerais, cidade onde nasceu Guimarães. Foi indescritível encenar o universo sertanejo roseano no mesmo lugar de onde ele surgiu", finaliza Antunes.

Destaques

Abertura da exposição JAD 15 anos; apresentação do documentário 15 Anos de Jovens Atores e mesa de debates O Teatro em Diadema: Olhares e Perspectivas. Dia 17, às 19h.
Peça Quarto de Estudos. Dia 18, às 19h30.
Peça Mahablan. Dia 19, às 19h30.
Peça Quarto de Empregada. Dia 20, às 19h30.
Peça Meu Tio O Iauaretê. Dia 21, às 19h30.
No Teatro Clara Nunes - Rua Graciosa, 300. Tel.: 4056-3366
Peça Aconteceu no Brasil, Enquanto o Ônibus Não Vem. Dia 22, às 16h.
Na Praça da Moça, no Centro de Diadema. Grátis.




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