'O Ciganinho', um espanhol de 16 anos acusado de colaboração com o terrorismo, foi condenado a seis anos de internação em regime fechado por um tribunal do país. O veredicto saiu nesta terça-feira, no primeiro dos julgamentos sobre os atentados de 11 de março de 2004, contra trens suburbanos de Madri. O ataque, reivindicado pela rede terrorista Al Qaeda, deixou 191 mortos e 1.900 feridos.

O adolescente é acusado de ter transportado e entregue aos terroristas islâmicos uma parte dos explosivos usados contra os trens na estação de Atocha, em 11 de março. Foi o pior atentado já cometido na Espanha.

O julgamento do 'Ciganinho' estava previsto para durar três dias, mas foi resolvido em 40 minutos. O menor, cuja identidade não foi revelada, assumiu a participação nos atentados.

A promotora Blanca Rodríguez, que solicitava oito anos de internação, rebaixou nesta terça-feira seu pedido para seis anos – pena aceita pelo jovem e pelo juiz José María Vázquez Honrubia. Após a internação num centro para menores, porém, o 'Ciganinho' terá de cumprir cinco anos em liberdade vigiada.

O jovem compareceu ao julgamento num recinto blindado, uma sala reservada habitualmente aos membros da organização separatista armada basca ETA. A imprensa pôde entrar na audiência, mas foi proibida de fazer imagens.

Outros cinco espanhóis detidos durante as investigações também serão julgados.

Um total de 18 suspeitos, a maioria deles marroquinos, foi detido a partir das investigações abertas após os atentados do dia 11 de março. Seis indivíduos ainda são alvo de buscas por participação nos ataques e sete se imolaram no dia 3 de abril passado, em Leganés, na periferia sul de Madri.