O preço da cesta básica voltou a subir no Grande ABC. Nesta semana, o consumidor desembolsou quase R$ 10 (2,64%) a mais para encher o carrinho do supermercado. As compras do mês saem por R$ 369,17, contra os R$ 359,61 da semana anterior. Entre as principais altas estão o feijão, a carne bovina e os produtos hortifruti.

Depois de registrar ligeira queda na semana passada, o preço da carne de boi voltou a subir nesta semana, custando R$ 15,60 o quilo do contra-filé, variação de 3,5%.

Para o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) e autor da pesquisa, Fábio Vezzá de Benedetto, a alta acontece motivada pelo aumento no consumo após a Semana Santa. "Tiveram muitas promoções no período porque as pessoas tendem a comer menos carne e os supermercados fazem isso para não ter encalhe do produto. Mas é só passar a Semana Santa que o preço volta a subir, porque há muita demanda", conta.

O feijão também segue em escalada. A variação positiva do grão foi a quinta seguida na pesquisa. No entanto, Benedetto diz que não há motivos para preocupação. "Estamos enfrentando um período de entressafra que deve durar até o início do inverno. É normal que haja alteração no valor do grão, mas nada como aconteceu no ano passado. Os produtores estão plantando feijão, não devemos enfrentar falta do grão no mercado", afirma.

Já os hortifruti seguem pesando, e muito, no bolso do consumidor. Mesmo com a melhora no tempo e a diminuição significativa nas dificuldades do plantio, tomate, batata, cebola, banana e alface tiveram elevação de até 42,52% no período.

"Não há motivo aparente para essa alta, não tivemos qualquer dificuldade pontual", alerta Benedetto.

Para superar o problema, o engenheiro agrônomo argumenta que é preciso pesquisar antes de efetuar as compras e, se possível, deixar os produtos de fora da lista por algum tempo. "Se a consumidora substituí-los, os preços vão baixar porque haverá diminuição na demanda", diz.

INVERNO - Com a aproximação do inverno, muitos produtos já começam a dar sinais de aumento. É o caso do leite, que costumeiramente tem preços mais altos na estação e nesta semana teve elevação de 6,59%.

Mesmo assim, os itens estão mais baratos neste ano do que no mesmo período do ano passado, o que anima o engenheiro. "A carne, que tem sofrido com as altas, por enquanto tem mostrado variação menor do que no ano passado", conclui Benedetto