Política Titulo Editorial
Temer, um balanço
Do Diário do Grande ABC
31/12/2018 | 08:35
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Ao chegar ao poder em 31 de agosto de 2016, após longo processo que culminou com o impeachment de Dilma Rousseff (PT), o presidente Michel Temer (MDB) encarnava a esperança de redenção dos brasileiros após 13 anos de gestão petista, que resultaram em multidão de desempregados, desequilíbrio nas contas públicas e redução na produção de riqueza. Ao entretar amanhã a faixa ao sucessor Jair Bolsonaro (PSL), todavia, o emedebista ostentará o título de mais impopular líder da história da República após a redemocratização do País, em 1985.

Embora a principal razão para a decepção tenha sido o envolvimento do presidente em escândalos de corrupção bastante similares aos que serviram de base para derrubar Dilma, revelados em gravação de conversa com Temer feita pelo empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, boa parte da insatisfação das ruas se deve à coragem do emedebista em adotar medidas antipopulares para resgatar a economia nacional.

Uma delas, a imposição de teto de gastos públicos por duas décadas, cujo objetivo é equilibrar receitas e despesas para tirar o País da recessão, atingiu em cheio o Grande ABC, como mostra reportagem assinada pelo editor de Política, Raphael Rocha, na edição de hoje deste Diário. Pelo segundo ano consecutivo, as sete cidades receberam menos recursos do governo central em relação ao exercício anterior. Muito setores, especialmente Saúde, Educação e projetos habitacionais, sofreram reflexos da tesourada do presidente Michel Temer.

A constante queda nos repasses deve servir de alerta aos gestores municipais, que precisam criar alternativas para estreitar o diálogo com o Planalto, de modo a estancar a sangria orçamentária que tem sido verificada ano após ano. Os dois instrumentos hoje disponíveis – a bancada de deputados federais com domicílio na região e a Casa do Grande ABC em Brasília – parecem não estar sendo suficientes para demonstrar às autoridades federais as importâncias econômica e social do bloco formado pelas sete cidades. É hora de virar o jogo. 




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