Política Titulo Pressão
MP volta a mirar comissionados na Câmara de Diadema

Promotoria abre inquérito para apurar nomeações e até reforma administrativa aprovada no ano passado

Por Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
25/12/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Denis Maciel/DGABC


O MP (Ministério Público) de Diadema voltou a questionar os cargos comissionados da Câmara diademense, presidida por Marcos Michels (PSB) e prestes a ser comandada pelo recém-eleito Revelino Teixeira de Almeida, o Pretinho (DEM).

Em setembro, a Promotoria abriu novo inquérito civil para apurar supostas irregularidades em nomeações de apadrinhados no início deste ano, logo após a reforma administrativa aprovada pela Casa no fim do ano passado. A mesma iniciativa do MP também visa questionar pontos da lei que regulamentou o corte de cargos e estabeleceu novos critérios para a ocupação dos postos de livre provimento, como escolaridade mínima para exercer as funções e suas atribuições – questões que são apontadas há anos tanto pelo MP quanto pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).

O Diário apurou que frequentemente o MP questiona o Legislativo diademense sobre as atribuições de cada funcionário comissionado, mas a linha adotada pelo jurídico da Câmara é a de dar respostas protocolares, afirmando que as atribuições estão no corpo da legislação que regulamentou a reforma administrativa.

A Promotoria não deu detalhes das supostas irregularidades nas nomeações. Por meio de nota, informou que o “inquérito tem por objetivo apurar denúncia contra nomeação retroativa de cargos em comissão pela Câmara de Diadema, pagando salário integral para pessoas que não trabalharam o mês inteiro, muitos cargos em comissão”. O MP não explicou quais cargos são esses e quem foram os servidores que teriam recebido de forma irregular.

A reforma administrativa foi aprovada em dezembro de 2017 e, no mês seguinte, os novos comissionados foram nomeados – muitos deles, inclusive, já ocupavam as funções nos gabinetes e nos setores financeiro e jurídico da Casa. A legislação visava atender aos apelos do MP e do TCE de paridade entre o número de cargos de confiança e o de servidores efetivos, além de cumprir normas constitucionais de que os cargos de livre nomeação não podem ter obrigações técnicas e devem ser de assessoramento ou chefia. “A reforma administrativa já sanou os questionamentos feitos até então, como diminuição de cargos e (alterações nas) atribuições. Tivemos todo um cuidado para seguir esses critérios”, justificou Marcos Michels. Sobre denúncias de ilegalidades em nomeações e pagamentos retroativos de servidores, o socialista alegou que “não houve pagamentos retroativos” e que os funcionários receberam apenas pelos dias trabalhados.

No geral, a reforma administrativa avalizada cortou 61 cargos, entre comissionados e efetivos – extinguiu 178 e criou 117. Entre as mudanças, houve a redução de sete para cinco no total de assessores que cada vereador tem direito. Os salários dos cargos mantidos, porém, foram elevados. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;