Aumentou o número de áreas contaminadas no Grande ABC. Segundo relatório da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), os sete municípios somam hoje 202 endereços, dos 1.822 registrados no Estado, em processo de monitoramento ambiental. No ano passado, a lista era de 180. Desde 2002, quando o estudo começou a ser realizado, a quantidade de estabelecimentos em risco registra tendência de crescimento na região. Em cinco anos, a diferença foi de 360%. Naquele ano eram 44 áreas contaminadas.

Segundo a Cetesb, essa diferença tão gritante dos números se deve ao aumento de fiscalização e também de postos de combustíveis, onde mais há áreas contaminadas.

São Bernardo é líder no ranking, com 69 pontos, seguida de Santo André, com 61, e São Caetano, com 24.

Segundo o professor de Engenharia Civil e Meio Ambiente da FEI (Fundação Educional Inaciana) Luiz Sérgio Mendonça, estabelecimentos que comercializam combustíveis devem receber atenção especial das equipes de fiscalização.

“Os produtos envolvidos contaminam não apenas o solo ou o lençol freático, mas também a fauna e a flora. Os resíduos devem ser encaminhados com responsabilidade, levando em consideração a legislação municipal em defesa do bem-estar da população, que também deve denunciar abusos aos órgãos competentes”, diz.

A Cetesb informa que, comprovada a contaminação, exige do responsável a realização de ações necessárias para a remediação da área. Em casos mais graves, o processo inclui isolamento do terreno, ventilação de espaços confinados e cálculo do índice de explosividade.

A questão corre risco de tornar-se problema de saúde pública em locais onde a rede de esgoto é precária. “Se metais pesados forem despejados in natura em córregos que abastecem represas, as pessoas podem ser contaminadas. Por enquanto, esse material está no sedimento”, relata o engenheiro químico Geraldo Fontana.

A falta de responsabilidade ambiental na região é exemplificada nas fontes relatadas de contaminação. Além dos postos, estão na lista indústrias, lojas (mecânicas, principalmente) e até o aterro do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).