Discreto, sem oba-oba, indiferente aos holofotes que invariavelmente focalizam o São Paulo. É assim que o assistente Milton Cruz encara o primeiro desafio como sucessor de Carpegiani - este não suportou as três derrotas consecutivas. Para elevar o tamanho da responsabilidade, o adversário é o embalado Cruzeiro, às 18h30 de hoje, no Morumbi, no início de outra interrogação do São Paulo no Campeonato Brasileiro.

Agora, o alvo imediato é reaproximar o Tricolor da liderança perdida nas últimas rodadas. Aos poucos, o começo fulminante despencaria para o desequilíbrio, principalmente depois da saída de Lucas (defende a Seleção Brasileira na Copa América) e dos meninos liberados à equipe nacional sub-20 para o Mundial da categoria. Não houve como impedir os desacertos nas mãos de Carpegiani.

Ao contrário do antecessor, que exagerava ao recorrer ao estilo pouco diplomático para justificar a ausência de Rivaldo, o assistente, que talvez até siga no cargo, pretende colocar o pentacampeão no meio-campo. Milton Cruz mantém suspense quanto à escalação - tanto é que fechou o coletivo de ontem à imprensa - mas as evidências indicam a presença do ex-melhor do mundo. Ambos conversaram demoradamente antes de o comandante provisório avisar que os jornalistas não poderiam acompanhar os trabalhos da tarde no CT da Barra Funda.

Fernandinho e Marlos também estão na briga. Casemiro e Willian José já se reapresentaram. Enquanto isso, Carlinhos Paraíba cumpre o segundo jogo de suspensão.

Apoio é o que não falta para Milton Cruz se impor na carreira. Até Dagoberto, um dos contestadores dos métodos teoricamente arcaicos de Carpegiani, manifestou a oportuna solidariedade para que o substituto do ex-chefe dê certo. O grupo torce como nunca para que ele permaneça. O goleiro Rogério Ceni também gostaria que o auxiliar fosse logo efetivado e não esconde isso de ninguém. É uma espécie de corrente que pode influir depressa no rendimento do elenco. Pior para o Cruzeiro.

De longe, os repórteres viram que sobravam confidências entre Milton Cruz e o meia-atacante Cícero (ex-Wolfsburg da Alemanha) já apresentado como reforço bem recomendado. Ele ainda não sabe quando estreia e rasgou elogios à sofisticada estrutura tricolor.

No Cruzeiro, que curte os novos tempos de Joel Santana, uma das maiores novidades é a repatriação do zagueiro Emilson Cribari, 31, ex-Napoli. Os mineiros compraram 50% dos direitos federativos do experiente atleta revelado no Londrina, que atuou no Empoli, Udinese, Lazio e Siena. Foram 13 temporadas na Itália.

Quanto ao time, que completou três vitórias na era Joel, o ala Gilberto, o meia Diego Renan e o central Léo continuam vetados pelos médicos do clube.