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Santo André traz 'gato arrependido'
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
18/06/2011 | 07:30
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Quando deixou o Palestra de São Bernardo em 2005, aos 20 anos, por falta de oportunidade e de pagamento, Samuel Rosa Pereira ou Negretti, como é conhecido no meio futebolístico, decidiu buscar a sorte por meio de caminho obscuro. A partir de 2006, adotou o nome do irmão, Círio (que tem três anos a menos), e a tática deu certo: abriu portas no Londrina e, depois, no Ituano.

A situação parecia ir bem, mas a consciência pesou e o volante resolveu falar a verdade. Foi suspenso por 240 dias pelo Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol, pagou a pena (revertida em 120 dias e cestas básicas) e hoje tenta dar a volta por cima no Santo André, que apresentou ontem o jogador como reforço para a Série C do Campeonato Brasileiro.

Agora, aos 26 anos, Negretti chega do Nacional de Rolândia, da Segundona Divisão paranaense. Desde que assumiu a verdade, passou por Noroeste e Concórdia, mas o Ramalhão será a chance de se consolidar de vez no futebol.

"Agora é outra vida. Foi um erro que cometi. Pedi perdão a Deus e a todas as pessoas que posso ter prejudicado. Se bem que acredito que quem mais se prejudicou fui eu. Fiz aquilo por falta de oportunidade. Tinha saído do Palestra e não tinha recebido nada. Sou de família humilde, que precisava de mim, surgiu alguém me dando aquela ideia e segui. Mas eu não podia mais continuar errando e contei a verdade. Depois que voltei a ser Samuel, as coisas só deram certo para mim", contou Negretti.

Ontem, o jogador treinou com o elenco. E deu mais detalhes de suas características. "Sou um jogador de futebol, que dá suporte para a zaga. Mas quando surge a oportunidade, gosto de fazer uns golzinhos", afirmou o meio-campista que, na quinta-feira, em sua despedida pelo Nacional, marcou um dos gols do triunfo (2 a 1) sobre o Sport de Campo Mourão. "O time se uniu e ofereceu a vitória para mim. Eu era um dos líderes e ainda fui presenteado com o gol", afirmou.

A transferência do atleta para o Ramalhão não rendeu nada à equipe paranaense, mas o presidente José Danílson Alves não lamentou. Pelo menos não financeiramente. "Eu tinha um acordo com ele de que se houvesse proposta melhor, o liberaria. Com certeza é uma perda porque montamos um time para voltar para a Primeira Divisão. O Ciro (como era conhecido no Nacional) fazia um bom papel e era um dos nossos melhores jogadores", exaltou o dirigente.

Hoje, o atleta fará exames médicos, enquanto o restante do elenco segue para jogo-treino contra o Grêmio Barueri, na casa do adversário.

 




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