O Jardim das Oliveiras vai passar por novo estudo sobre a contaminação do solo. Os geólogos contratados pela Prefeitura de São Bernardo começam hoje a recolher amostras do terreno, lençol freático e identificar pontos de liberação de gases tóxicos. Este será o terceiro levantamento feito na área que pertenceu a aterro sanitário e depois foi ocupada irregularmente. A iniciativa foi anunciada ontem à população, duas semanas após o afastamento do juiz da 7ª Vara Cível, Gersino Donizete do Prado, que acompanhava o caso.

Dois técnicos e o geólogo da Universidade de São Paulo Fernando Fernandes estão responsáveis por analisar o impacto da contaminação e apontar a melhor medida para o Jardim das Oliveiras. "Ao contrário dos demais laudos, o estudo que será feito vai apontar a solução", disse o prefeito Luiz Marinho (PT).

O grupo vai levar dois meses para fazer as análises e apresentar resultados para a comunidade. Tanto o geólogo quanto o prefeito não souberam informar o valor do contrato.

Três levantamentos foram feitos sobre a situação do bairro. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo, Instituto de Pesquisas Tecnológicas mostraram, ao longo dos anos, que a área está contaminada em níveis que podem afetar a saúde dos moradores.

Em 2010, Donizete do Prado solicitou que a Prefeitura firmasse contrato de R$ 400 mil com a empresa Falcão Bauer, que confirmou os laudos anteriores. "A empresa não é especializada e análise de contaminação. Por isso, vamos fazer esse estudo, que vai indicar o caminho que devemos tomar para solucionar o problema", disse Marinho.

O geólogo da USP adiantou que, ao contrário do pretendido pelo juiz afastado, não será necessário contratar empresas do exterior para remediar ou descontaminar o solo. "O Brasil possui tecnologia avançada para fazer esse tipo de serviço. Vamos aguardar o resultado das amostras para definir, junto ao prefeito, a solução que melhor se adequa à realidade do Jardim das Oliveiras", comentou Fernandes.

Mesmo assim, foi recomendado às famílias do bairro que evitem usar alimentos produzidos na área, como verduras e frutas.

A dona de casa Valdenice Alexandre de Freitas, 53 anos, mora há 20 no Jardim das Oliveiras. Ela contou que não conseguiu compreender a explanação técnica feita pelo geólogo a respeito da nova análise. Além disso, aproveitou para cobrar do prefeito agilidade para solucionar o imbróglio do bairro.

Todos os anos os prefeitos prometem nos ajudar, mas até hoje não vimos qualquer mudança", criticou. Marinho retrucou. "Não estamos prometendo nada. Dentro de dois meses vamos apresentar o resultado da análise e a forma de descontaminação. Não é promessa, mas compromisso."