Candidato derrotado na eleição de São Caetano em 2004, Horácio Pires (PV) se mostra insatisfeito com os rumos da executiva do partido e diz ter interesse em retomar a presidência da sigla. Após quatro anos de sua saída da Prefeitura, comandada por José Auricchio Júnior (PTB), na qual atuava como assessor, o verde alega que período de fora do cenário político é devido à articulação de outras correntes que o excluíram dos quadros.

Segundo Pires, a deputada estadual Regina Gonçalves, à época como presidente estadual do PV, arquitetou manobra em 2006 para tirá-lo do comando do diretório - mesmo a sigla atingindo a meta de 5% dos votos - e colocar pessoa de sua confiança na Secretaria de Meio Ambiente: Osvaldo Ceoldo. Pires garante que Auricchio lhe prometeu a Pasta, mas que o acordo não fora cumprido.

"Me tirou da executiva por meio de canetada e negociou com o prefeito a vinda do Ceoldo. Ele alegou que eu não tinha diploma universitário, só que o secretário de Cultura na época, Alessandro Leone, não tinha nem o 2º grau completo. Dois pesos e duas medidas."

Pires lembra que disputou vaga na Câmara, em 2008. Porém, novamente sofreu revés. "Me prometeram ajuda a ser eleito e, de quebra, seria presidente da Casa. Não tive nem material de campanha da coligação. Tive 189 votos. Isso me aleijou e fiquei desiludido."

O verde dispara que a legenda virou balcão de negócio e que a inexistência de convenção municipal para eleger executiva enfraquece processo.

Para o presidente do PV municipal, Juan Muñoz, os números são definitivos para demonstrar o crescimento da sigla após seu ingresso na direção. "Tínhamos 140 filiados, agora passou para quase 1.000. Não tínhamos representação no Legislativo, hoje há o vereador Maurílio Pompílio. Além disso, na eleição de 2010 São Caetano foi uma das 21 cidades da Região Metropolitana em que atingiu índice de voto em todas as esferas."

Juan disse que o PV pleiteia lançar quadro para compor chapa majoritária em 2012, mas que reclamações internas são comuns. "O processo de mudança se deu por falta de evolução e que pedia novos quadros."

Regina Gonçalves não quis comentar o assunto.