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Scania teria demitido 40 trabalhadores por telefone
Por Antonio Rogério Cazzali e Bárbara Ladeia
11/08/2009 | 07:05
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Cerca de 40 trabalhadores da Scania, em São Bernardo, teriam sido demitidos ontem à tarde, por telefone, ao se recusarem a aderir ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) oferecido pela empresa no período da manhã. Esses trabalhadores estavam em licença remunerada desde 27 de julho, a qual terminaria no dia 30 deste mês.

De acordo com a montadora, o PDV está aberto já há alguns meses e, embora a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) determine a manutenção do emprego, segundo a companhia, nada a impede de efetuar cortes, dada a retração do mercado internacional para as exportações, desde que coloque outros trabalhadores nessas vagas.

Como informou um funcionário que não quis se identificar, do setor de cabinas, com cinco anos de casa, se vierem novos trabalhadores, estes receberão salários bem menores. Este trabalhador recebeu um telefonema na sexta-feira, pedindo que comparecesse à fábrica hoje pela manhã. "Ao chegar lá, eu, juntamente com outros colegas também convocados, tivemos a proposta do departamento de Recursos Humanos para que aceitássemos a demissão voluntária."

Segundo ele, o PDV que se encerrou em 8 de julho oferecia 0,7 salário por ano trabalhado. Em seguida a empresa instituiu um outro, pagando apenas um salário a cada cinco anos de trabalho na empresa. "Ontem, nos propuseram 0,4 salário por ano de serviço. Ninguém aceitou. Assim, no período da tarde, cada um de nós foi avisado por telefone que estava demitido, de forma sumária, apenas com os direitos previstos em lei."

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC disse que tomou conhecimento dos cortes ontem e que hoje entrará em contato com a Scania para saber mais detalhes a respeito dessa decisão. Segundo ele, a companhia teria priorizado os desligamentos dos trabalhadores com problemas disciplinares e/ou de produtividade. Daniel Berni, funcionário da fábrica de chassis, confirmou que também foi demitido ontem, por telefone e que dentre os cortados estão pessoas com tempos de casa variados. Hoje, eles deverão fazer uma assembleia na sede do sindicato.

PARALISAÇÃO - Os trabalhadores da GM, em São Caetano, fariam paralisação hoje, às 6h da manhã, para reivindicar 300 contratações a fim de atenuar o impacto do corte de 1.600 postos na companhia desde o início do ano. Até agora, a montadora só contratou 50 trabalhadores e estima-se aumento nos acidentes de trabalho.




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