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Face tem bom custo-benefício
Por Marcelo Monegato
Enviado a Itu (SP)
11/08/2010 | 07:04
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"É nossa grande aposta", declarou Luis Curi, CEO da Chery Brasil, ao apresentar o Face, novo hatch compacto da marca chinesa, que chega ao País por R$ 31,9 mil e traz no pequeno porta-malas de somente 190 litros o atraente custo-benefício como trunfo para conquistar o brasileiro.

Equipado com motor 1.3 16V a gasolina de 84 cv e torque de 11,4 mkgf, o Face vem de fábrica com direção hidráulica, ar-condicionado, rodas de liga leve de 14 polegadas, freios com ABS e EBD (distribuição eletrônica de frenagem), air bag duplo, CD player com MP3 e entrada USB, trio elétrico, faróis de neblina e sensor de estacionamento traseiro. Como opcionais, há somente os bancos de couro, instalados na concessionária.

O novo Fiat Uno, por exemplo, com nível de equipamentos parecido, custa R$ 36.430.

Desenvolvido na época em que a Chery namorava a Chrysler, o Face traz design do renomado estúdio italiano Bertoni. A dianteira tem faróis avantajados e capô liso. A lateral, sem vincos marcantes, estampa friso inferior. A traseira tem lanternas grandes - invadem o vidro traseiro - com desenho diferenciado. Barras longitudinais no teto garantem a impressão de veículo maior.

Internamente, o Face patina, especialmente em acabamento - calcanhar de Aquiles dos ching lings que aqui habitam. O tecido amarelado que reveste os painéis das portas e parte dos bancos denotam qualidade inferior. O plástico - preto e cinza - usado nas peças é duro e pouco agradável ao toque. Os encaixes também são imprecisos. Falta capricho.

Com 3,7 m de comprimento, 2,39 m de distância entre eixos e 1,56 m de altura, o Chery tem espaço para joelhos e cabeças. Porém, com a largura de 1,57 m, levar três adultos no banco traseiro torna-se missão para contorcionistas.

Rodando, o Face mostra sua face - desculpe o trocadilho infame - urbana. Os 11,4 mkgf de torque são insuficientes para os 1.040 quilos. Acelerações e retomadas são ruins em baixas rotações. Executar ultrapassagem em rodovia de mão dupla é quase impossível. Ponto negativo também para o ruído na cabine. Péssimo isolamento acústico.

Os 84 cv também são insuficientes, já que chegar aos 90 km/h é um martírio - a velocidade máxima do Face, segundo a montadora, é de 156 km/h e atingir 100 km/h demora longos 16 segundos. O consumo agrada: 13,5 km/l.

A transmissão manual de cinco marchas tem engates precisos, porém duros e ruidosos. O escalonamento mostra que motor e transmissão não falam o mesmo idioma. A suspensão é rígida - positivo para carros estreitos e altos - e o pedal de freio é fundo, o que gera certa insegurança em situações de rápida reação.

O Face tem bom custo-benefício, mas muito a melhorar como produto. Se a intenção é vender 6.000 unidades do hatch neste ano, algo a mais além de respeito ao bolso do comprador deve ser oferecido. E a Chery sabe disso: "O brasileiro é, sem dúvida, um dos consumidores mais exigentes." Palavras do CEO da Chery Brasil.

NOVIDADES

A Chery deve vir com tudo em 2011. O principal lançamento da marca chinesa ficará por conta do supercompacto QQ, que, segundo Luis Curi, CEO da CheryBrasil, terá motor 1.1 bicombustível - sistema flex desenvolvido pela Delphi - e custará entre R$ 22 mil e R$ 23 mil.

O A13 (Fulwiin, na China), nas versões hatch e sedã, e o sedã médio S18 (Riich), serão apresentados no estande de 414 m² da Chery no Salão do Automóvel de São Paulo deste ano, e devem ser os primeiros a ingressarem na futura fábrica na montadora no Brasil.




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