O mercado brasileiro de veículos zero-quilômetro continua em ascensão, apesar dos esforços do governo federal para conter o consumo, com medidas para restringir o crédito.

Mesmo com a recente elevação da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) - que subiu de 1,5% para 3% -, as vendas do setor (incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) somaram 159.033 unidades na primeira quinzena de abril, 5,15% mais que no início de março.

Os números, divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e que tomam como base o cadastro de licenciamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) também são ligeiramente maiores (0,8%) do que na metade inicial de abril de 2010.

Naquele período, os lojistas ainda desovavam carros emplacados com o benefício da medida da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que valeu até 31 de março de 2010.

Para o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessinárias e Distribuidoras de Veículos Automotores no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo, os dados mostram que o mercado continua rodando e não sofreu, de forma intensa, o impacto da elevação da IOF.

No entanto, ele ressalta que as concessionárias estão estocadas e reduzem a lucratividade para "patrocinar" as promoções das montadoras - no fim de semana, várias fabricantes fizeram feirões de fábrica para alavancar vendas.

Entre os revendedores da região, há lojas que caminham para ficar, na melhor das hipóteses, em nível semelhante ao de março. Edneia Vedovato, gerente de revenda autorizada Volkswagen em São Bernardo, assinala que a comercialização está mais difícil. Ela cita que, além do grande número de ofertas no segmento, o aumento da alíquota do imposto refletiu, sim, na demanda.

É preciso lembrar que o Carnaval caiu no início do mês passado. Com isso, foram dias úteis a menos para compras, por parte dos consumidores.

O gerente Ricardo Mello, de revenda autorizada da Fiat em Diadema, afirma, no caso dessa marca, as vendas estão indo bem. No entanto, ele projeta que deverão ser vendidos 120 unidades de carros zero-quilômetro, volume próximo do registrado no mês passado (115).

Além da elevação do IOF, que teria afugentado clientes na primeira semana deste mês, Mello observa que o crédito está mais difícil de ser aprovado para financiamentos sem entrada. Isso embora haja opções de até 60 meses sem entrada.