Uma quadrilha formada por 15 homens fortemente armados roubou sábado à noite 12 toneladas de metais da empresa de fundição Oxigen, localizada na estrada particular Sadae Takagi, no bairro Cooperativa, em São Bernardo. Quatro funcionários foram rendidos. Os ladrões transportaram o material roubado em duas carretas trazidas por eles próprios. Ninguém foi preso.

Foram roubadas nove toneladas de alumínio, uma tonelada e meia de cobre e igual quantidade de magnésio metálico, que é um material explosivo e controlado exclusivamente pelo Exército. Esse metal é utilizado pelas fundições para enriquecer o alumínio, mas pode também ser usado como substância explosiva.

De acordo com a polícia, três integrantes da quadrilha chegaram às 23h na porta da empresa com um Corsa prata. Um deles saiu do carro com uma pistola calibre 380 escondida na cintura.  Fingiu precisar de uma informação para se aproximar da guarita onde estava o vigilante A.T.M., 49 anos, da empresa terceirizada Sesvi (Serviço Especial de Segurança e Vigilância Interna). Sacou a arma, anunciou o roubo e o rendeu. Tendo em mãos a chave do portão principal, o criminoso chamou o restante da quadrilha por meio de um radiocomunicador. Os comparsas chegaram nas duas carretas.

Armados também com revólveres e metralhadoras, os ladrões foram até outros departamentos da empresa e renderam o vigia E.F.S., 39 anos, o auxiliar de produção A.J.S., 30, e o prensista A.S.O., 44.

Os reféns foram levados a um galpão e trancados dentro do baú de um caminhão da empresa. Os assaltantes aproveitaram para retirar  a carga de  metais da Oxigen e tranferi-la para as carretas.  A operação durou quatro horas. Além de alumínio, cobre e magnésio metálico, foram roubadas pequenas quantidades de latão e cobre silício. Antes de fugir, alguns bandidos foram até o vestiário dos vigilantes e pegaram uniformes utilizados pela Sesvi – duas camisas, uma calça e um boné com o logotipo da empresa de segurança.

A ação criminosa só foi descoberta quando o vigia do período diurno chegou para trabalhar domingo, às 5h. Ele não viu seu colega responsável pelo turno da noite, desconfiou e telefonou para a Polícia Militar.

Policiais do 6º Batalhão foram até o local e, juntamente com o vigia, entraram na Oxigen e viram cadeados estourados, portas arrombadas e diversos objetos jogados pelo chão.

No galpão, ouviram os gritos de socorro dos reféns, trancados no baú de um caminhão. Os policiais arrombaram a tranca do baú e os libertaram.