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Falta de espaço para crescer ‘expulsa’ a Polyform de Diadema
Isaías Dalle
Do Diário do Grande ABC
22/04/2005 | 13:51
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A falta de espaço para aumentar a produção está fazendo com que a Polyform, fabricante de compostos plásticos que faturou R$ 35 milhões em 2004, desative a linha industrial em Diadema no prazo de dois meses. A empresa vai concentrar suas atividades em duas unidades que começaram a operar em 2005, uma localizada em Simões Filho (BA) e outra em São José dos Campos (SP).

A direção da empresa concluiu que a unidade da região, com mil m², é pequena demais para seus planos de expansão e optou por adquirir, no ano passado, duas fábricas já prontas, em lugar de investir na construção de uma nova unidade no Grande ABC. Dos 30 funcionários, 20 serão transferidos, e outros dez permanecem em Diadema, que vai continuar sediando alguns departamentos administrativos .

As fábricas na Bahia e no interior de São Paulo, que estavam desativadas, já estão operando plenamente após obras de adaptação. Haviam sido construídas para produzir náilon para a indústria têxtil e como a Polyform pretendia incluir o náilon em seu catálogo de produtos, decidiu adquiri-las. O custo em aquisição e reformas foi de aproximadamente R$ 3 milhões. Somados os trabalhadores das duas novas unidades, a Polyform totaliza 110 funcionários.

"Não tínhamos como ficar em Diadema. Comprar fábricas prontas em outros lugares cisão foi a mais fácil de executar e a mais interessante do ponto de vista financeiro", explica o diretor comercial da Polyform, Edison Rossi.

Mudanças – Fundada há 12 anos, a Polyform está instalada em Diadema desde 1999. Inicialmente sediada em São Paulo, mudou-se para o Grande ABC pelo mesmo motivo que hoje deixa Diadema: necessidade de uma fábrica maior, pronta e adequada à atividade.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a secretária de Desenvolvimento Econômico de Diadema, Sandra Papaiz, informou que a Prefeitura não foi procurada pela empresa e, por não saber de seus planos de expansão, não pôde apresentar um projeto para manter a Polyform na cidade, mas que pretende procurar a direção da empresa para propor alternativas.

A disposição da Prefeitura, no entanto, apareceu tarde demais. "Para nós, não há meio termo. Ou temos uma unidade industrial adequada ou não. Aqui na região não havia nenhuma disponível", diz Rossi. Além disso, mesmo que quisesse construir em Diadema, a Polyform teria dificuldades de espaço e preço. A unidade de São José dos Campos tem 15 mil m² construídos, num terreno de 260 mil m². A planta baiana tem área construída de 40 mil m² e 60 mil m² de terreno. O espaço livre é importante para abrigar a estação de tratamento de efluentes.

Consultados pelo Diário, empresários do setor imobiliário da região avaliam que tais preços seriam impossíveis de encontrar no Grande ABC, além de ser muito difícil encontrar disponíveis áreas industriais dessas medidas. O diretor comercial da Polyform nega que tenha recebido quaisquer incentivos fiscais ou isenções das cidades para onde está se mudando.

Pelo faturamento observado nos três primeiros meses de 2005, quando começou a operar, a unidade de São José dos Campos projeta faturamento de R$ 50 milhões em 2005 – superior, portanto, ao resultado da unidade Diadema. Já para a unidade baiana, que além de náilon vai incorporar a produção de compostos, a empresa ainda não traçou previsão de faturamento, já que a produção venceu a fase experimental só neste mês de abril.




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