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Kofi Annan pede consenso sobre reforma da ONU antes de setembro
Por Da AFP
28/04/2005 | 11:11
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu nesta quinta-feira aos países membros da ONU que cheguem a um consenso, antes de setembro, a respeito de seu ambicioso projeto de reforma da organização. Annan quer que no acordo também seja tratado sobre a ampliação do Conselho de Segurança, tema que enfrenta resistências.

"Seria preferível para os Estados membros tomar esta decisão vital por consenso", disse Annan.  "Porém, se não forem capazes de chegar a um consenso, isso não deve servir de desculpa para adiar a ação", acrescentou em um discurso público durante sua visita à Índia.

Annan divulgou, no final de março, um projeto de reforma da organização mundial e de seu sistema de segurança coletiva, algo sem precedentes desde sua criação, em 1945.

O aspecto mais sensível do projeto é o que prevê a ampliação a 24 membros, contra os 15 atuais, do Conselho de Segurança, principal órgão de decisão da ONU. Annan propôs duas opções: acrescentar seis novos membros aos atuais cinco permanentes - Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Estados Unidos - e três não permanentes, ou criar uma nova categoria de membros semipermanentes.

Brasil, Alemanha, Índia e Japão se uniram para conseguir vagas permanentes. Porém, o projeto de Annan encontra resistências. China, Estados Unidos e Rússia recusaram a idéia de estabelecer uma data limite, enquanto o secretário-geral deseja a aprovação de suas propostas em junho ou julho para que sejam ratificadas durante a conferência mundial de Nova York, em setembro.

A Índia acredita ser merecedora de um posto permanente devido a seus habitantes (mais de 1 bilhão), sua categoria de maior democracia do mundo, economia próspera e grande contribuição às missões de manutenção da paz da ONU.

Annan afirmou que, como secretário-geral da organização, não pode ter preferências sobre quais países deveriam ser membros do Conselho de Segurança ampliado, que deve refletir a realidade de 2005. Ele ainda disse que os países que fazem grandes contribuições à ONU, tanto militares como diplomáticas, devem estar no centro da ampliação e destacou a atenção que outros aspectos da reforma merecem, como as preocupações relativas aos países em desenvolvimento, que incluem as doenças, a pobreza e a fome.

O secretário-geral pediu aos países membros que se comprometam a destinar 0,7% de seu PIB (Produto Interno Bruto) a ajuda ao desenvolvimento e a cancelar a dívida dos países pobres mais endividados. Também defendeu a adoção de medidas concretas para o combate à Aids e a redução da pobreza à metade, como parte do ambicioso plano para alcançar as Metas do Milênio até 2015.




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