Postulante à presidência do PT no PED (Processo de Eleições Diretas) de São Bernardo, o militante Anderson Dalecio sustentou que o diretório municipal petista “é o mais morto da história do partido” na cidade, em ataque ao atual presidente Brás Marinho, irmão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT). O filiado alegou que é candidato da “militância do PT”.

Dalecio disse que a gestão de Brás, candidato à reeleição, impossibilitou a militância de fazer qualquer tipo de crítica no período de comando. “Se um militante fizesse crítica a uma UBS (Unidade Básica de Saúde), ele era taxado dentro do partido. O governo era ‘nosso’ e não podíamos fazer críticas”, condenou. Segundo ele próprio, o seu nome foi efetivado na disputa com objetivo de devolver a sigla aos filiados. “A militância está abandonada por sua base, poucos tomam conta do PT sozinhos.”

A primeira proposta de mudança do postulante é resgatar os núcleos de base. “Nós tínhamos entre 20 e 30 núcleos de base. Hoje temos apenas cinco núcleos e somente dois estão nos bairros. O núcleo é onde aguçamos as ideias, onde os militantes fazem sua luta diária dentro do seu bairro.”

Outras apostas de Dalecio são retomar as inserções nos movimentos sociais e fazer oposição mais forte ao atual prefeito Orlando Morando (PSDB). “O Morando está acabando com a imagem do PT na cidade. Já estamos em março e o PT de São Bernardo não fez nada. O partido não conversou com a militância, o PT se cala e não faz nada.”

“Mandato sem política nenhuma teve como consequência o resultado da última eleição”, disse, referindo-se à derrota de Tarcisio Secoli (PT) em outubro – o candidato petista, indicado por Marinho, sofreu revés ainda no primeiro turno do pleito, com 22,57 % dos votos válidos, ficando atrás de Morando e Alex Manente (PPS).

Apesar do amplo apoio obtido por Brás, Dalecio acredita que é possível reverter cenário favorável na disputa. “Podemos ter uma surpresa, mesmo com o Brás tendo um grande arco de apoio. Nós temos a militância, que está com a gente. A militância está revoltada, o abandono foi grande”.