Política Titulo Lava Jato
CPI da Petrobras
quer ouvir Filippi

Requerimento pede convocação de ex-prefeito de Diadema para depor sobre período em que era tesoureiro da campanha de Dilma, em 2010

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
25/04/2015 | 07:00
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A CPI da Petrobras, instaurada na Câmara Federal, tentará convocar o ex-prefeito de Diadema e secretário de Saúde da Capital, José de Filippi Júnior (PT), para depor sobre o período em que foi tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT), em 2010. O requerimento do pedido da oitiva, de autoria do deputado Bruno Covas (PSDB), que passará pelo crivo do bloco de investigação, justifica que a medida é “indispensável” diante das acusações de supostas irregularidades na arrecadação de dinheiro feitas, principalmente, pelo ex-gerente de serviços da estatal Pedro Barusco.

No documento, o parlamentar tucano menciona termo de colaboração de Barusco, quando o delator colocou, em depoimento à comissão, as contas do PT no centro do escândalo de corrupção. O ex-funcionário da petroleira alegou, na oportunidade, que a empreitada eleitoral foi abastecida com verba desviada da Petrobras. Ele citou o repasse no valor de US$ 300 mil, solicitado ao representante da offshore holandesa SBM Julio Faerman a título de reforço financeiro para a campanha durante o pleito, sendo contabilizado como pagamento destinado ao PT.

Barusco relacionou João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do petismo e atualmente preso na Operação Lava Jato, como intermediário da doação do partido. Entretanto, lembra o requerimento, em 2010 a função era exercida por Filippi – eleito deputado federal no ano em questão, ao obter 149,5 mil votos. O ex-prefeito diademense foi arrolado em processo criminal pertinente à apuração da Polícia Federal, que tem por objetivo fatos averiguados pela CPI, como testemunha. Por conta do caso, o secretário paulistano deve ser chamado, segundo o texto, para “prestar esclarecimentos”.

Questionado por reportagem em março, Filippi negou, por nota, qualquer tipo de ilegalidade na captação de recursos da campanha, descartando as afirmações de Barusco. “A empresa SBM não fez doação para a campanha eleitoral de 2010”, disse o ex-prefeito, ao rechaçar, inclusive, conhecer o ex-gerente da Petrobras. “Asseguro que ele não atuou junto ao comitê financeiro na captação de recursos para a campanha da presidente. Todas as doações recebidas foram legalmente registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e as contas aprovadas pelo órgão.”

Procurado pelo Diário, Filippi não se posicionou desta vez para tratar da possível convocação. O petista foi prefeito por três mandatos em Diadema. Além de ocupar o posto de tesoureiro em 2010, ele também exerceu o cargo na tesouraria em 2006, no projeto de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

NA REGIÃO
Requerimento da bancada do PPS que pede a convocação do secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), do deputado estadual Teonílio Barba (PT) e do parlamentar estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT) deve ser votado na semana que vem. Todos foram ou integram o quadro societário da Editora Gráfica Atitude, empresa apontada pela PF como ponte de recebimento de propina de Vaccari Neto. A expectativa é a de que a análise do pedido seja feita na terça-feira, quando acontecerá outra reunião da CPI. 




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