A pianista andreense Márcia Cattaruzzi, 42 anos, tocou pela última vez no Teatro Municipal de sua cidade quando era criança, depois de ser vencedora de concursos de música locais. Hoje, às 20h, quando se apresenta pela primeira vez com a Ossa (Orquestra Sinfônica de Santo André), marca seu retorno a esse palco. "Estou felicíssima por poder tocar aqui. As pessoas me cobravam isso. Você é de Santo André e temos que ir a São Paulo para ver você tocar'", ri a pianista. A apresentação se repete amanhã, no mesmo horário, e tem entrada franca.

O convite do regente-titular Carlos Moreno ocorreu no ano passado. "Já conhecia o maestro e conversamos quando vim assistir a um concerto. Ele me enviou proposta de repertório e eu topei". A peça que a andreense vai executar é o Concerto Para Piano e Orquestra nº 19, em fá maior, K 459, de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). "O desafio de toda obra de Mozart é não fugir ao estilo dele, já que tocamos em pianos modernos, com outros recursos", comenta.

Assim como Mozart, Márcia iniciou os estudos de música aos 6 anos. A mãe era professora de piano e o pai, violinista e baixo-cantor, mas de forma amadora. "Eu e meus irmãos tivemos muito estímulo: ouvíamos óperas, íamos a concertos", relata.

A menina acabou apaixonando-se pelo instrumento da mãe. Passou a ter aulas com a professora Maria Elisa Leal Cardoso, em São Caetano. "Fiquei 15 anos com ela. Tive uma formação técnica muito rica, participei de vários concursos", conta Márcia. "Ela estará aqui amanhã (hoje)", conta ela, orgulhosa.

Maria Elisa era assistente da paulistana Lina Pires de Campos e a aluna também teve aulas com ela, inclusive na universidade. Além da graduação, Márcia conseguiu bolsa para mestrado nos Estados Unidos, na Arizona State University, onde ficou cinco anos. Desde que voltou, se dedica a lecionar para todas as idades.