Classificado para a fase do mata-mata na Copa Libertadores da América, e em início de campanha no Brasileirão, o São Paulo está de bem com a vida. Prova disso é a euforia do recém chegado Paulo Autuori que, mesmo após comandar a equipe somente em duas oportunidades – vitórias contra Corinthians e The Strongest –, já fala em utilizar a força máxima do elenco simultaneamente nas duas competições, mesmo que venha dos próprios jogadores, a reclamação pela maratona de partidas.

"Poucas equipe no mundo, e dá para contar nos dedos de uma mão, podem se dar ao luxo de poupar jogadores. Eu não gosto disso. Posso, por problemas físicos, tirar um ou outro, mas apenas para poder contar com o time completo no jogo seguinte", declarou Autuori.

O problema é que essa máquina de jogar sonhada pelo técnico são-paulino já começa a dar os primeiros sinais de desgaste, como a torcida observou no duelo de quarta-feira, quando o atacante Luizão acabou substituído por Souza aos 17 minutos da etapa complementar. E por desejo próprio do matador. "Eu corri muito no primeiro tempo e acabei cansando demais", disse o jogador. Grafite e Cicinho também já reclamaram da seqüência de duelos.

Não satisfeito, Autuori exige, ainda, eficiência durante os 90 minutos dos jogos. Ele falou da displicência do São Paulo no jogo contra o The Strongest, no qual a equipe desperdiçou várias oportunidades para ampliar a contagem de 3 a 0, que daria ao Tricolor condições de posicionar-se melhor entre os classificados às oitavas-de-final da Libertadores.

"Houve excesso de preciosismo. Mas não sou eu que tenho de aparecer para mudar, são os jogadores que precisam fazer isso dentro de campo. A simplicidade do processo está intimamente ligada à eficácia", filosofou o comandante. "Durante os treinamentos, vamos trabalhar para que isso aconteça. E temos de pensar nos dois campeonatos, esse é o raciocínio".