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Motoristas da Suzantur fazem greve e geram caos em Mauá

Coletivos deixaram de circular por três horas; Prefeitura promete aplicar sanções à empresa

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/11/2019 | 07:00
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Aline Melo


 Motoristas da empresa Suzantur, que detém o monopólio do transporte municipal em Mauá, realizaram paralisação na manhã de ontem, atrapalhando a vida dos moradores da cidade. Segundo relatos dos trabalhadores, o motivo da greve, que durou cerca de três horas, foi o atraso no pagamento do vale – 40% do salário, que na empresa é repassado dia 20 –, bem como de benefícios como vale-refeição.

Por volta das 10h, diversos coletivos começaram a ser enfileirados no entorno do Terminal Municipal, no Centro da cidade, dificultando o trânsito da região. Alguns ônibus chegaram a circular com passageiros, mas pelo menos metade da frota – que deveria ter 248 carros, como prevê o contrato de concessão, e conta com 223 – não circulou. Às 11h, foi fechado o acesso ao terminal, o que causou revolta de populares e até princípio de tumulto (leia mais ao lado).

O Sintetra (Sindicato dos Rodoviários e Anexos do ABC) informou que não estava participando da mobilização, iniciativa de um grupo de trabalhadores. A Prefeitura de Mauá divulgou nota em que classificou a greve como lamentável e responsabilizou a empresa. “A Prefeitura de Mauá informa que lamenta a paralisação dos motoristas de ônibus que operam nas linhas municipais, na manhã desta sexta-feira (ontem), em decorrência da falta de pagamento de benefícios, assim prejudicando toda a população, sem qualquer aviso prévio. A administração municipal verifica as respectivas sanções à concessionária Suzantur, pelo descumprimento de suas obrigações”, relatou o comunicado.

Em seu perfil em uma rede social, o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), afirmou que a administração irá multar a empresa dentro das sanções cabíveis. “Aqui não tem brincadeira, é multa neles!”, escreveu. O chefe do Executivo afirmou que a paralisação foi causada por um “ato irresponsável da Suzantur”. A assessoria de imprensa da administração municipal informou que ainda não foram definidas quais punições serão aplicadas, visto que há necessidade “de se verificar premissas contratuais”.

A Suzantur informou que a paralisação atingiu metade da frota entre as 10h e as 13h. Sobre a alegação de atraso no pagamento dos funcionários, a empresa afirmou que trabalhadores que estavam de férias e retornaram até o dia 13 de novembro não teriam direito ao benefício do vale salarial no dia 20, mas que alguns motoristas achavam que deveriam receber a parcela e cruzaram os braços. A empresa classificou a paralisação como indevida, mas acatou o pedido dos trabalhadores para garantir o retorno rápido dos serviços e evitar problemas aos usuários da cidade. A viação ainda reiterou que todos os benefícios foram pagos normalmente.

Sem transporte, moradores não tinham como ir para casa ou trabalho

Foi grande o transtorno na manhã e início de tarde de ontem para os moradores de Mauá, quando funcionários da única empresa de transporte público da cidade, a Suzantur, realizaram paralisação devido a atraso no pagamento de salários e benefícios.

A aposentada Arlene Silva, 48 anos, soube da paralisação quando chegou ao terminal do Centro e não conseguia voltar para casa, no Jardim Zaíra. Quem também não sabia quando conseguiria chegar à sua residência era o ajudante José Adilson Vieira dos Santos, 29, morador do Jardim Santo André, em Santo André.

O casal Camila Soares, 25, e Miguel Carvalho Júnior, 32, já pensava em justificativas para dar ao empregador de Júnior, que é auxiliar de operador de incinerador e trabalha em Sertãozinho. “Ainda posso pegar o trem, porque trabalho em São Paulo, mas ele vai ter problemas”, lamentou a mulher, que atua como chefe de uma cafeteria na Capital.




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