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Poluição se agrava com baixo nível de represas

Alerta foi feito por ambientalista; sistema tem menor volume em 15 anos

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
07/09/2018 | 07:00
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O ambientalista e presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), Virgílio Alcides de Farias, alertou que a queda no nível do Sistema Rio Grande, braço da Represa Billings que abastece 1,2 milhão de pessoas no Grande ABC, acentua a poluição das águas. O Diário mostrou ontem que três dos seis reservatórios hídricos do Estado de São Paulo estão com níveis mais baixos do que no mesmo período de 2014, ano da grave crise estadual. O Sistema Rio Grande está com 76,9% da sua capacidade, nível mais baixo em 15 anos.

“Com menos chuvas e a mesma quantidade de água sendo retirada (para abastecimento), o nível (do Sistema Rio Grande) diminui. Acontece que o despejo de esgoto continua igual e existe menos água para diluir essa sujeira. O resultado são níveis maiores de poluição e aumento do lodo fecal, uma lama de odor fétido”, explicou o ambientalista. “Ou seja, existe um dano ambiental, um prejuízo à Saúde pública, prejuízo estético para quem mora perto da represa”, citou.

Farias afirmou que tanto a gestão estadual quanto os governos municipais não executam o que prevê a Lei Específica da Billings, sancionada em 2010 pelo então governador José Serra (PSDB). “A legislação estabelece a preservação e a recuperação da represa – um dos principais mananciais da Região Metropolitana. Os gestores seguem agindo como se não tivesse se esgotado, em outubro de 1992, o prazo para que se encerrasse o despejo de esgoto na represa; continuam sem promover a educação ambiental da população que mora no entorno do reservatório”, ressaltou.

Para o especialista, a falta de cuidado com a gestão dos mananciais foi o que gerou a crise hídrica vivenciada em 2014. “Prefiro chamar de crise de gestão hídrica, porque foi isso o que ocorreu”, concluiu. “Da última vez, logo que vieram as chuvas, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) divulgou que (a crise) já estava superada, quando, na verdade, a campanha de conscientização junto à população deveria ser permanente”, finalizou.

MANANCIAIS

Dados disponibilizados no site da Sabesp mostravam que, na quarta-feira, três dos seis mananciais que abastecem o Estado tinham volumes abaixo do que era registrado em 2014. O Sistema Rio Claro (que abastece 1,5 milhão de moradores do Grande ABC) apresentava 49,1%, o Sistema Rio Grande, 76,9%, e o Sistema Guarapiranga, 53,7% (veja dados na tabela acima).

Em nota, a Sabesp informou que o abastecimento segue normalizado em todas as cidades em que é responsável pela distribuição de água. 




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