A s vendas de flores no Dia de Finados, sexta-feira, devem apresentar crescimento de até 20% em relação à mesma data no ano passado. É o que esperam os donos de floriculturas instaladas no Grande ABC. Apesar de prepararem suas lojas para grandes volumes de comercialização, os floristas alegam que a concorrência com os supermercados impede que o faturamento cresça ainda mais. "Não temos como competir com o valor que os supermercados oferecem. Por serem grandes redes, eles têm maior poder de barganha com os fornecedores", afirma Maria Aparecida Lopes, proprietária de floricultura próxima ao Cemitério da Vila Assunção, em Santo André.

Para Carlos Nakamura, proprietário de floricultura em frente ao Cemitério da Vila Euclides, em São Bernardo, as vendas de flores só não serão melhores devido à perda do costume, por parte das famílias, em prestar homenagem a seus entes queridos. "A cada ano o número de visitantes é menor. A tradição de levar flores aos mortos está desaparecendo com o passar do tempo. As pessoas preferem viajar do que vir ao cemitério." Mesmo com menor fluxo de clientes, o comerciante conta que a expectativa é de que as vendas dobrem se comparadas aos dias comuns que, segundo ele, "são bem parados".

Para driblar a concorrência e a perda do costume, o florista Esildo de Souza, que mantém floricultura em Mauá, conta que as vendas devem crescer 20%. "Só hoje (ontem) abasteci minha loja com 140 caixas de flores, cada uma com seis vasos", conta, animado. "Diante do que o mercado nos oferece, temos que deixar nossas lojas bem abastecidas e com flores bonitas, para atrair a clientela."

Há cerca de três anos, os comerciantes elegiam o feriado dos mortos como principal data para os negócios. Hoje, a data ocupa o terceiro lugar, depois do Dias das Mães e do Dia dos Namorados. "As pessoas gastam mais com aqueles que estão vivos. No Finados é difícil ter grande margem de lucro, os clientes levam flores mais simples, mais baratas", explica Leunice Bravo, dona de floricultura no bairro Cerâmica, em São Caetano.

PREFERÊNCIA -Os líderes de vendas no Dia de Finados são os crisântemos. De acordo com Edison Alexandre, presidente do Sindiflores (Sindicato do Comércio Varejista de Flores e Plantas Ornamentais do Estado de São Paulo), eles dominam 53% da procura do consumidor, seguido de margaridas e rosas brancas, ambas com 20% da preferência. O preço do vaso nas floriculturas da região varia entre R$ 5 e R$ 10, dependendo do tamanho.

OPÇÕES DE COMPRA - Além das floriculturas (são 245 estabelecimentos abertos entre as sete cidades, segundo o Sindiflores), parte dos clientes opta por comprar flores nos supermercados. É por essa razão que a rede Walmart espera obter aumento de 15% na venda de flores em relação a 2011. Já o Grupo Pão de Açúcar (detentor das lojas Extra) espera crescimento de 12% na comercialização das plantas. É possível encontrar vasos a partir de R$ 1,49 até R$ 15.

Pensando na data, a rede Carrefour encomendou 400 mil vasos de crisântemos, que estarão à venda em suas lojas. Outra opção do cliente é comprar a flor desejada no Mercado de Flores da Ceasa do Grande ABC, aberto hoje das 5h às 10h e, no sábado, no mesmo horário. A expectativa é que passem hoje pelo mercado cerca de 2.500 pessoas, devido à proximidade do Dia de Finados. O índice representa aumento de 30% em relação ao período da primavera, quando o número de pessoas ultrapassa a marca dos 1.800. O crisântemo pode ser encontrado em vasos por R$ 6 e, em buquê, por R$ 10.

Preços podem variar até 275% entre as floriculturas

Para não gastar além do planejado, a ordem é pesquisar. Essa regra vale para tudo, inclusive no momento de adquirir um simples vasinho de flores no Dia de Finados. Isso porque o preço das flores pode variar até 275%.

É o que aponta levantamento realizado pelo Procon de Santo André, órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Jurídicos, no dia 24, com base nos valores praticados por floriculturas localizadas próximas aos cemitérios da cidade.

COMPARAÇÃO - A maior diferença foi constatada nos preços dos vasos de mini-margaridas, com preços variando entre R$ 5 e R$ 30, de acordo com o tamanho do arranjo. Já o crisântemo, espécie mais procurada na data, varia entre R$ 5 e R$ 10, dependendo do vaso.

A dúzia de rosas pode ser adquirida por valores entre R$ 10 e R$ 36. Já os vasos de kalanshoes são encontrados com preços de R$ 3 a R$ 20. O custo da dúzia de palmas varia entre R$ 18 e R$ 30.