Duzentos e seis homens que deveriam estar atrás das grades por terem cometido crimes como roubo, homicídios e tráfico de drogas fugiram. Até o fim da tarde de segunda, 24 haviam sido recapturados.

Houve resgates em Santa Isabel (na Grande Sao Paulo) em Sumaré (a 130 km de Sao Paulo) e em uma DP da capital. Sete homens encapuzados e com pistolas automáticas invadiram a Cadeia Pública de Sumaré, por volta das 23h de domingo e libertaram 92 dos 100 presos. Até o fim da tarde de ontem, apenas seis haviam sido recapturados.

Em Santa Isabel, na Grande Sao Paulo, nove homens armados invadiram às 22h10 de anteontem a Cadeia Pública e libertaram 86 presos. Até o final da tarde de ontem, 15 haviam sido recapturados. Com pistolas e metralhadoras apontadas para suas cabeças, um investigador e uma carcereira grávida de cinco meses abriram as celas. A quadrilha trancou-os na carceragem e levou duas pistolas e uma espingarda calibre 12 do Estado. Nervosa, a carcereira Katia Cristina da Silva teve de ser levada a um hospital. Ela passa bem. Segundo a polícia, o objetivo da açao era resgatar dois integrantes do bando que estavam presos desde o mês passado. 

 Houve outro crime semelhante segunda pela manha em Sapopemba, Zona Leste de Sao Paulo. Quinze homens armados invadiram às 5h o 70º Distrito Policial e resgataram 28 presos. Três foram recapturados. Os criminosos fizeram disparos, mas ninguém ficou ferido. Também jogaram um granada numa das celas. O artefato, porém, nao explodiu.

Culpa - O presidente da Associaçao de Delegados de Polícia, Paulo Fortunato, culpou o secretário da Segurança Pública do Estado de Sao Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, pelos resgates de presos em Sao Paulo. De acordo com ele, esse tipo de açao criminosa cresceu depois que o secretário resolveu retirar a Polícia Militar da guarda externa das cadeias públicas do Estado, em 1998.

Fortunato também culpa a manutençao de presos em distritos policiais. Ele defendeu o fechamento de parte dos distritos policiais da capital durante a noite e nos fins de semana, enquanto a situaçao nao for resolvida com o esvaziamento das celas ou a volta da PM para a guarda externa das cadeias.