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Financiamento a veículos cresce 18,4% em novembro de 2010
Por Alexandre Melo
Do diário do Grande ABC
18/01/2011 | 07:10
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O saldo total das carteiras de financiamento para aquisição de veículos pelas pessoas físicas, incluindo CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e leasing, fechou novembro de 2010 com R$ 184,1 bilhões, aumento de 18,4% ante o mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

Desse total, R$ 136,3 bilhões correspondem ao CDC, que cresceu 48,4% no período. Já a carteira de leasing equivale a R$ 47,8 bilhões, o que representa retração de 24,9% entre novembro de 2009 e 2010.

Segundo a associação, a estimativa é que o saldo das carteiras de CDC e leasing fechem 2010 acima de R$ 185 bilhões. Para 2011, a projeção é de crescimento de 10% a 15% nessas carteiras.

INADIMPLÊNCIA - Em relação à inadimplência acima de 90 dias para o CDC, a tendência segue positiva, segundo a Anef. Em novembro de 2010, o índice fechou em 3% enquanto em novembro de 2009 estava em 4,6%. Já os planos de financiamento estão na média de 43 meses, pequeno aumento se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foi de 42 meses.

A taxa média de juros praticada pelas associadas à Anef fechou em 1,42% ao mês (18,44% ao ano), praticamente o mesmo nível de 2009, quando estava em 1,43% ao mês (18,58% ao ano).

CENÁRIO - Para os próximos meses, o aumento em alguns pontos percentuais da Selic (taxa básica de juros), que está em 10,75%, vai encarecer ainda mais a contratação de financiamentos. O economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, acredita que na próxima reunião o Copom (Comitê de Política Monetária) aumentará a taxa em 0,5%. "Até o fim do ano a Selic vai subir dois pontos percentuais."

Solimeo pontua que todo este cenário vai impactar o ritmo de crescimento do varejo de bens duráveis (automóveis e eletroeletrônicos). Será exigida entrada maior e as prestações a perder de vista ficarão mais difíceis.

Em relação à inadimplência, a perspectiva é que o índice registre pequena variação, saindo dos 6% para 7% nos próximos meses

Crédito ao consumidor sobe 9,7% no ano passado

O apetite do brasileiro para gastar no ano passado foi refletido no volume de empréstimo concedido aos consumidores, que teve aumento de 9,7% frente a 2009. O INCC (Índice Nacional de Crédito ao Consumidor), medido pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), também verificou alta de desembolsos ao consumidor de 7,2% em dezembro.

O resultado do último mês do ano endossou o desempenho positivo das vendas natalinas no varejo brasileiro, apontado como o melhor da década por diversas associações do setor. Segundo o economista-chefe da entidade, Marcel Solimeo, o desempenho se deve não só à base fraca de comparação, mas também às boas condições da economia em 2010, como o aumento da massa salarial e do crédito fácil e com prazos dilatados.

A região Nordeste foi a que registrou maior expansão, 12,3%, seguida pela Sudeste, com 9,3% e a Norte, com 7,7%. No Sul, o crescimento foi de 3,2%, enquanto no Centro-Oeste notou-se queda de 10,5%.

CENÁRIO - O economista acredita que neste ano o crescimento será moderado frente a 2010, devido à forte base de comparação, à menor expansão do gasto público esperado, à elevação dos compulsórios pelo Banco Central e ao provável aumento da Selic (taxa básica de juros) nos próximos meses.

Na primeira quinzena de janeiro, o volume de consultas registrado no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) avançou 8,8% em relação a igual período do ano passado.

Mesmo com a expansão das consultas, a associação comercial afirma que não houve aumento da inadimplência. AM




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