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Suécia defenderá cumprimento da Declaraçao dos Direitos Humanos
Do Diário do Grande ABC
26/06/1999 | 11:59
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O direito de criticar e condenar, tanto em encontros multilaterais como nas sessoes da Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU), os países que nao cumprem a Declaraçao Universal dos Direitos Humanos será defendido pela Suécia, inscrita para apresentar o assunto na reuniao de segunda-feira dos chefes de Estado e de Governo sobre temas políticos. O discurso do primeiro-ministro sueco, Göran Persson, poderá causar desconforto para os cubanos, sempre acusados de reincidência no desrespeito aos direitos humanos.

O Brasil também nao ficará muito à vontade: na semana passada, foi divulgado um relatório da Anistia Internacional sobre a violaçao dos direitos humanos nas penitenciárias brasileiras, que apontou a prática sistemática de torturas. "É preciso entender que direitos humanos nunca sao um problema nacional, mas internacional, que preocupa a toda comunidade mundial", afirmou a diretora para as Américas do Ministério das Relaçoes Exteriores da Suécia, Gabriella Lindholm. "Os países que assinaram a carta da ONU concordaram com esses valores e têm de admitir a crítica".

Segundo ela, a Suécia participou ativamente da elaboraçao dos itens sobre direitos humanos, violência contra as mulheres e democracia que constarao da Declaraçao do Rio. Gabriella nao quis adiantar o que seu país conseguiu incluir, porque o texto estava ainda sendo negociado neste sábado, mas a posiçao do governo sueco que será apresentada por Persson é possivelmente mais radical. No entanto, o diálogo aberto e franco - o que inclui a crítica - com os países que desrespeitarem os direitos humanos é um item já acordado dentro da Uniao Européia. "Há uma boa perspectiva de que chegaremos a um consenso sobre esses valores com a América Latina", afirmou.

Tradicional defensora dos direitos humanos, a Suécia vai trazer para a Cimeira outro tema polêmico: a pena de morte.

Persson defenderá a aboliçao total, em todo mundo, da pena capital - adotada por vários países participantes do encontro, como Cuba, Guatemala, Jamaica e outras naçoes caribenhas. "Esse é um tema prioritário para nós", disse Gabriella. O primeiro-ministro também vai falar sobre a necessidade de tratamento igual para homens e mulheres e, mais especificamente, sobre a violência contra a mulher.

Mas os suecos nao pretendem apenas criticar os violadores dos direitos humanos. O governo tem a política oficial de apoiar financeiramente programas e instituiçoes que trabalhem com o tema. "Direitos humanos sao uma parte importante de nossa política externa e cremos que sao a base para o desenvolvimento", afirmou a diplomata.




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