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PMDB: de olho na crise entre Itamar e FHC
Por Do Diário do Grande ABC
19/09/2000 | 00:23
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O PMDB quer tirar proveito da crise entre o governador mineiro Itamar Franco (sem partido) e o Palácio do Planalto para fortalecer o nome de seu presidente e líder, senador Jader Barbalho (PA), na disputa pela presidência do Senado. Ao mesmo tempo em que Jader adota um estilo mais conciliador, argumentado que a disputa pelo posto nao pode ser transformada em "duelo sangrento" com o atual presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhaes (PFL-BA), a cúpula nacional do partido ensaia o discurso que levará ao Palácio do Planalto.

O PMDB dirá ao presidente Fernando Henrique Cardoso que prestigiar ACM nesta briga será fortalecer, por tabela, seu maior adversário: o governador Itamar Franco.  Como o regimento do Senado confere ao maior partido (o PMDB) a prerrogativa de comandar a Casa, ACM luta abertamente para eleger o senador José Sarney (PMDB-AP), como opçao a Jader.

A eleiçao será em fevereiro e a tese da cúpula pemedebista é a de que a eventual derrota de Jader nesta disputa poria em risco a estabilidade política do governo. Por este raciocínio, caso ACM saia vitorioso, todo o grupo de Jader, que tem o alto comando do partido, será desautorizado.

A cúpula partidária insiste na tese de que a recente crise envolvendo o ex-ministro Eduardo Jorge Caldas Pereira mostrou ao governo que ele nao pode prescindir de nenhum dos partidos que compoem sua base de apoio no Congresso. E mesmo fora do PMDB, Itamar Franco comanda um grupo de 23 dos 50 deputados federais da bancada mineira. Isto sem falar no grupo de rebeldes e insatisfeitos de outros Estados, que se abrigam em uma frente dissidente do governo federal, chamada Movimento Democrático de Base, numa referência velada ao velho MDB que combateu o regime militar no Congresso.

Na avaliaçao do dirigente do PMDB, por mais que o Planalto nao queira envolver-se na briga entre Jader e ACM, o jogo é perigoso para o governo. "O Jader só consegue manter o pulso sobre os rebeldes que pregam o rompimento com o governo Fernando Henrique porque tem força no partido e no governo", argumenta o parlamentar.




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