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Crédito para compra de carros
cresce apenas 4,8% no semestre
Leone Farias
do Diário do Grande ABC
04/08/2011 | 06:54
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A intenção do governo federal de frear as compras a prazo para conter a inflação surtiu efeito, de acordo com números do financiamento de veículos no primeiro semestre. Balanço da Associação Nacional das Empresas Financeiras e dos Bancos das Montadoras aponta que o saldo do crédito para aquisição de automóveis pelos consumidores fechou os seis primeiros meses do ano em R$ 194,9 bilhões, crescimento de apenas 4,8%.

É menos do que o ritmo de expansão do total do sistema financeiro nacional, que foi de 7,5% no mesmo período, e também abaixo da variação das operações de crédito para pessoa física (que foi de 7,4%).

A explicação para isso é simples: com as sucessivas elevações da taxa básica de juros (a Selic) e medidas macroprudenciais - como o aumento do depósito compulsório dos bancos para financiamentos de longo prazo - o acesso ao crédito ficou mais restrito e mais caro. A taxa de juros para a compra de carros, que estava em 1,43% ao mês em junho do ano passado, agora está em 1,58%. E os prazos também caíram. Os financiamentos, que iam até 72 meses em meados de 2010, agora não ultrapassam 60 meses.

Com menor número de parcelas e taxas maiores, os valores pagos mensalmente sobem. O presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida, cita que os bancos estabelecem que as prestações não podem ultrapassar 25% da renda e se, por exemplo, o valor mensal subiu de R$ 500 para R$ 600, pessoas que recebiam R$ 2.000 não conseguiram mais a aprovação cadastral. Como consequência, as vendas de veículos (automóveis e comerciais leves) novos a prazo se reduziram de 63% do total em junho de 2010 para 60% neste ano.

O cenário atual segue a tendência dos últimos meses, mas a associação, por enquanto, mantém a projeção de alta de 10% da carteira de financiamento no ano todo. Segundo o presidente da Anef, vale ressaltar que houve aumento das vendas a frotistas pelas montadoras, em boa parte pagas à vista, o que também contribuiu para a redução da participação relativa do Crédito Direto ao Consumidor e leasing nas vendas totais. Ele acrescenta que há sinais de melhora, já que as dívidas com atraso acima de 30 dias já se estabilizaram há três meses, embora as que têm mais de 90 dias ainda sigam em crescimento.




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