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Pirelli realiza corte de 120 trabalhadores em Sto.André

Fabricante de pneus alega que dificuldades econômicas motivaram as demissões

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/01/2016 | 07:08
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Ari Paleta/DGABC


A crise na economia, que golpeou o setor automotivo, especialmente as fabricantes de veículos e autopeças, respingou nas produtoras de pneus. A Pirelli demitiu, entre sexta-feira e ontem, 120 trabalhadores.

Em outubro foi concretizada a venda do controle acionário da Pirelli para o grupo ChemChina (China National Chemical Corporation), por US$ 7,7 bilhões. Porém, segundo a fabricante, as demissões decorrem exclusivamente das dificuldades da economia brasileira.

“Frente ao cenário econômico nacional e ao andamento negativo do setor automotivo, visando adequar o nível de produção de pneus de caminhão e agrícola à demanda atual do mercado, a Pirelli informa que 120 empregados da fábrica de Santo André foram demitidos na semana passada. Esses funcionários representam cerca de 7% dos quase 1.700 funcionários da planta. Outros assuntos ainda estão sendo discutidos com o sindicato”, afirmou em nota a Pirelli.

Conforme os números divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na semana passada, houve retração de 22,8% na produção de veículos em 2015 e de 26,6% nas vendas. Dados da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) de janeiro a novembro mostram que o setor comercializou 933 mil unidades durante o ano passado, o que representa queda de 23,4% ante o mesmo período em 2014.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, a redução nas vendas motivou a diminuição, desde domingo, de quatro para três turmas de trabalhadores que, do sistema de 6x2 (trabalha seis dias e folga dois), passaram para o 6x1 (trabalha seis dias e folga um). Em janeiro de 2015, havia 2.800 trabalhadores na empresa em Santo André, segundo Ferreira. Ou seja, em um ano, foram eliminados 1.100 empregos.

“Ao menos conseguimos benefícios para os desligados, como seis meses a mais de assistência médica para eles e seus dependentes, um salário e meio a mais, além da rescisão, e treinamento para que tenham mais chances de se recolocar”, relatou o sindicalista.

“Também conseguimos negociar com a empresa que ela se comprometa a não demitir mais ninguém. Para isso, vamos antecipar as negociações do acordo salarial, de junho para janeiro, e definir as novas regras. Isso os ajudará a planejar quanto terão de desembolsar neste e, quem sabe, no ano que vem.”
 




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