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Que falta faz um belo gol de falta
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
17/09/2019 | 07:00
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Quando foi a última vez em que seu time marcou um gol de falta? Para a maioria dos torcedores, responder a essa pergunta é tarefa das mais difíceis. Também não é para menos, o futebol brasileiro vive escassez de bons cobradores e os que têm facilidade quase não treinam. O resultado aparece em campo. No primeiro turno do Campeonato Brasileiro foram 190 jogos e nove gols de falta, ou seja, são 21 duelos para que o cobrador supere o goleiro. Na Copa Paulista, a média é similar. Já foram 150 partidas, com oito gols, ou quase 19 jogos por tento.

Os números mostram que foi-se o tempo de Marcelinho Carioca, Zico, Rogério Ceni, Neto, Marcos Assunção, Éder, Zenon, Ronaldinho Gaúcho, Nelinho, Juninho Pernambucano e outros que tiveram seus nomes marcados também por belos gols de falta. Era época em que os zagueiros temiam infrações desde a intermediária. Centenas de jogos foram decididos desta maneira.

Um dos especialistas no assunto, Marcelinho Carioca, que fez 90 gols de falta na carreira – 59 pelo Corinthians –, explicou em participação no Diário Esportivo, programa semanal às segundas-feiras da DGABC TV, o que o levou a encantar o mundo com suas cobranças. “Você nasce com esse talento, mas desenvolve nos treinamentos. Percebi que tinha esse dom de ter batida diferente na bola e treinava nos períodos livres, nos dias de folga, com a chuteira do jogo, com a bola do jogo, treinava com a barreira a sete metros porque eles sempre adiantavam e o pé começou a obedecer”, ensinou o Pé de Anjo, que ganhou esse apelido justamente por essa característica.

A impressão que dá é que hoje em dia, no tempo livre, muito jogador prefere fazer tatuagem e pintar o cabelo. Não estão errados, afinal, na folga que eles façam o que bem entenderem. Apenas acho que a dedicação nos treinamentos e o comprometimento são marcas exclusivas dos que ficaram na história. Maior jogador do basquete brasileiro, Oscar Schmidt disse certa vez em entrevista à Jovem Pan que seu apelido não deveria ser Mão Santa e sim “Mão Treinada”. “Eu fiz 1.000 arremessos por dia durante a vida toda, fora os treinos. Esse negócio de Mão Santa não é verdadeiro, é Mão Treinada”, constatou.

Respondendo à pergunta para quem ficou curioso, quem vive o menor jejum de gols de falta é o Santos, que marcou com Sánchez, dia 9 de junho, contra o Atlético-MG. Os palmeirenses vibraram com Moisés, dia 22 de maio, contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil. Já corintianos e são-paulinos precisam ter boa memória. O primeiro não marca desde 15 de agosto de 2018, quando Jadson fez contra a Chapecoense, pela Copa do Brasil. Já os tricolores não comemoram desde 27 de maio de 2018, quando Nenê estufou a rede contra o América-MG, pelo Brasileirão. Aqui na região, Vinícius Barba fez pelo EC São Bernardo recentemente, dia 24 de agosto, contra o São Caetano, pela Copa Paulista. O São Caetano não celebra gol de falta desde 12 de março, quando Alex Reinaldo marcou contra o Novorizontino, pelo Paulistão. Já Santo André não sabe o que é isso a incríveis três anos e cinco meses, desde quando Branquinho conseguiu contra o Azulão, dia 9 de abril de 2016. Infelizmente não encontrei registro de quando foi o último do Água Santa.

REGIÃO NO TOPO
Como é bacana ver três dos quatro times do Grande ABC na liderança dos seus grupos na Copa Paulista. Isso mostra que, apesar de tudo, o futebol respira por aqui. Está certo que o São Caetano, pelo investimento que fez, tem obrigação de chegar às fases decisivas. O EC São Bernardo, pela parceria que fechou com o Monte Azul, recém-promovido à Série A-2, também tinha boa expectativa, mesmo sendo debutante. A surpresa é o Santo André, que entrou para cumprir tabela e está indo além do esperado. A decepção é o Água Santa, que investiu muito e está em terceiro na chave, a um fio de ser precocemente eliminado (veja ao lado o que cada um precisa fazer para se classificar).

RAMALHÃO SEGUE SEM TÉCNICO
A diretoria do Santo André garante que Itamar Schulle está descartado. O treinador, que comanda o Cuiabá na Série B do Brasileiro, tinha tudo acertado para ser o comandante no Paulistão, mas seu representante esteve no clube e trouxe demandas diferentes das acertadas por telefone. Voltou com um sonoro “não” e fechou de vez a porta por aqui. Ele não era unanimidade, mas visto com bons olhos porque tem boa carteira de jogadores.

Antes dele, o preferido era Paulo Roberto, que em meio às negociações aceitou convite da Inter de Limeira e virou carta fora do baralho. No fim, nem chegou a assumir o time do Interior. Fernando Marchiori, que subiu a equipe para a elite e está no Água Santa, era pretendido, mas o Ramalhão esperou até agosto resposta que não veio. Assim, da lista inicial sobrou Marcelo Veiga, que estava no Ferroviário, na Série C do Brasileiro, e virou prioridade.

PALPITÃO DO FATTORI
Vamos aos chutes, curto e grosso. Copa Paulista – Rodada 15: Santo André 0 x 0 Comercial; EC São Bernardo 2 x 1 Ferroviária; Mirassol 2 x 0 Água Santa; e Linense 0 x 0 São Caetano. Rodada 16: Taubaté 0 x 0 EC São Bernardo; Água Santa 2 x 0 Nacional; Juventus 2 x 0 Santo André; e São Caetano 4 x 0 Desportivo Brasil. Brasileirão: Botafogo 0 x 0 São Paulo; Corinthians 1 x 0 Bahia; Santos 2 x 2 Grêmio; e Fortaleza 0 x 2 Palmeiras. 




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