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Devido à alta taxa, comerciantes preferem não vender com cartões

Custo de operações com cartão desestimula empresários e frustra clientes, que são privados de efetuar a compra

Por Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
18/05/2009 | 07:00
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Comerciantes começam a se rebelar contra as altas taxas cobradas pelas empresas operadoras de cartão de crédito. Para não encarecer o produto, optam por não disponibilizar essa forma de pagamento aos clientes que acabam, muitas vezes, frustrados sem poder realizar as compras desejadas.

Na maioria das vezes, os comerciantes estabelecem valores mínimos para a compra. A atitude também espanta os consumidores, mas protege a margem de lucro de produtos de baixo valor ou cujos fornecedores não oferecem prazos de pagamento mais convidativos para os varejistas.

"Conheço diversos comerciantes que deixaram de trabalhar com essa modalidade principalmente por causa do custo das operações, mas também pelas falhas técnicas que acontecem constantemente com o sistema", afirma Walter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial de São Bernardo do Campo). Na cidade, boa parte dos usuários já cogitam a eliminação do sistema.

Segundo Moura, a depender da atividade do comércio, as perdas podem ser ainda mais prejudicadas. "Hoje se usa mais ‘dinheiro plástico' do que cheque. Em lojas de roupas, restaurantes e empresas de turismo é praticamente impossível sobreviver sem o parcelamento no cartão de crédito.Esses empresários perdem ainda mais que os outros."

O compartilhamento de sistemas pelas operadoras, conforme já acontece em países europeus, seria uma boa alternativa para barateamento dos serviços. O pagamento dos serviços para cada bandeira isoladamente inclui o pagamento do aluguel de cada aparelho em separado.

Em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas publicada pelo Sebrae em 2007, o alto valor das tarifas é o maior inibidor de aceitação das do cartão pelas micro e pequenas empresas. A redução dos custos é a sugestão dos responsáveis pelas pesquisas. No mesmo sentido, Moura acredita que essa é a única forma de aumentar substancialmente o número de empresas conveniadas às operadoras de cartão. "Deveriam reestruturar todo o sistema." Segundo dados do Banco Central, Brasil ainda tem baixo número de terminais por milhão de habitantes. São 4.947 aqui, contra 64.938 nos Estados Unidos.

Por outro lado, o plástico leva bastante vantagem em relação aos pagamentos em cheque. "Ainda assim, vale a pena se você pensar no transtorno que causam aquelas pilhas de cheque sem fundo", defende Moura.




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