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25% dos alunos da rede municipal de Santo André sofrem de asma
Por Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
20/05/2005 | 08:00
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Cerca de 25% dos alunos da rede municipal de Santo André têm asma e só um terço deles sabe disso. Os dados são de uma pesquisa coordenada pela médica alergista e professora da Faculdade de Medicina do ABC, de Santo André, Neusa Falbo Wandalsen, com cinco mil alunos de 20 escolas da rede municipal da cidade. A pesquisa revela ainda que 30% dos estudantes sofrem de rinite alérgica e outros 7% têm eczema atópico, uma alergia na pele.

A pesquisa, que faz parte do projeto ISAAC (Estudos Internacionais sobre Alergia em Crianças), é a primeira do gênero realizada no Grande ABC. “Acredito que os números em cidades da região, como São Bernardo e São Caetano, devam ser muito semelhantes”, diz a médica. Segundo ela, 4% dos estudantes entrevistados tiveram mais de quatro crises no último ano. “Esse número poderia diminuir e muito se os postos de saúde fornecessem remédios antiinflamatórios para o controle da doença”, afirma Neusa. O remédio fornecido pela Prefeitura chama-se aminofilina comprimidos e seria usado durante as crises de asma.

Os medicamentos indicados pela alergista para o controle da doença são corticóides inalatórios, antileucotrienos e sabutamol spray (o município só fornece a versão solução do sabutamol). A administração diz que não fornece os remédios de controle porque não faz parte do pacote de medicamentos repassados pelo governo do Estado. E também porque são muito caros.

A médica coordenadora da pesquisa, Neusa Falbo, acredita que os dados podem fazer com que a Prefeitura mude de opinião em relação ao fornecimento dos remédios. “Investindo no controle das doenças, diminui-se o gasto com emergência”, explica a alergista.

Crises – As crises, segundo a médica, comprometem a qualidade de vida de quem tem asma. “Quem tem asma e não cuida devidamente falta na escola e acaba repetindo o ano. Esses jovens também têm dificuldade de correr e dormem mal”, explica. Indícios de asma não diagnosticada são bastante claros e são comuns entre os estudantes das escolas municipais. Cerca de 20% dos adolescentes produzem chiados no pulmão quando fazem exercícios.

O motivo da alta porcentagem de atingidos pela asma e rinite, diz a médica, é a poluição das cidades industrializadas, característica marcante dos municípios da região. “Esse é um fenômeno das cidades”, afirma a alergista.

A asma, quando não tratada corretamente, pode virar pneumonia. A complicação da rinite é a sinusite. “Por isso é importante que esses problemas de saúde não evoluam até esse ponto”, afirma Neusa Falbo.




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